Sedução na Noite, Sherrilyn Kenyon | Opinião Livros

Capa do livro Sedução na Noite.
Sinopse:
Valério é um Predador da Noite romano desprezado pela maioria dos predadores gregos que alimentam um profundo ódio à civilização que o viu nascer. De origem aristocrática e arrogante, Valério mal sabe o que pensar quando conhece Tabitha Devereaux. Ela é sensual, imprevisível e incapaz de o levar a sério. Mas é também irmã gémea da mulher do seu maior rival. A única coisa que Tabitha leva a sério é matar vampiros. E agora terá de enfrentar, junto com o predador romano, o mais mortífero de todos os seus inimigos... uma ameaça acabada de regressar do mundo dos mortos. Para vencer este mal, Valério precisa de aprender a confiar em alguém e pôr tudo em risco para proteger o homem que odeia e a mulher que o leva à loucura.

Valério puxou pela ponta da luva de cabedal Coach da mão direita, para a ajustar, enquanto percorria a rua quase deserta. Como sempre, estava impecavelmente vestido com um casaco de caxemira preto, uma camisola de gola alta preta e calças pretas. Ao contrário da maioria dos Predadores da Noite, não era um bárbaro que só vestia cabedal. Era a epítome da sofisticação. Da educação. Da nobreza. A sua família descendia de uma das mais antigas e respeitadas famílias nobres de Roma. Como um ex-general romano cujo pai fora um respeitado senador, Valério teria de bom grado seguido os passos do pai não fosse a intervenção das Parcae, ou Parcas. (Pág. 22)


Opinião:

Espetacular e intenso, é como melhor posso definir este livro, o segundo que li de uma das minhas sagas preferidas, Predadores da Noite, da autoria de grande vencedora do meu Top 7- Escritoras Favoritas, Sherrilyn Kenyon.

O que torna este livro tão apaixonadamente viciante são os seus protagonistas, Valério Maguns e Tabitha Deveraux. Ele personifica a calma e retidão, ela é, literalmente, um furação pronto a explodir. Valério e Tabitha são tão diferentes e ao mesmo tempo tão perfeitos um para o outro.

Valério é um Predador da Noite. Teve uma vida repleta de dor e um fim trágico pelas mãos dos seus próprios irmãos. Nascido numa família aristocrática, mas dominadora e completamente tirânica, foi considerado um fracasso pelo pai, tudo porque no mundo dos conquistadores romanos não havia espaço para a compaixão humana. Assim, a infância de Valério foi passada sob o chicote e punhos de ferro do pai e as humilhações dos irmãos. Por conhecer a dor de um modo tão profundo, ele acaba por construir um invólucro de proteção à sua volta, criando uma fachada de pura indiferença e adoptando uma conduta séria e excessivamente contida. Ele veste Armini e Versace, não come nada que não seja servido sem talheres, não tem amigos, ou até muitas pessoas que o tolerem, mas nunca perde a compostura e por mais magoado que se sinta nunca o irá demonstrar.

Durante séculos, ele tem protegido a humanidade das ameaças que se escondem nas sombras da noite. No entanto, ele está completamente sozinho, nem mesmo os seus companheiros de armas o toleram, tudo por causa das suas origens, as mesmas que o arruinaram em vida. Agora chegou a altura de combater a solidão que apesar de tudo não conseguiu nublar um dos corações mais puros e bondosos que compõem o universo dos Predadores da Noite.

Tabitha, uma auto-denominada caçadora de vampiros pertencente a uma família com fortes capacidades psíquicas, chegou com a sua personalidade explosiva e atitudes espontâneas e lançou o mundo do nosso herói de cabeça para baixo, mas também trouxe alegria a amor. Juntos eles são um casal improvável e, contra todas as expectativas, acabam por formar um dos casais mais compatíveis que já vi.

Na minha opinião, o passado fascinante e sofredor de Valério acaba por ofuscar a história de Tabitha. Mas apesar de tudo são precisos dois para criar uma grande história de amor que tem como pano de fundo as lendas e os deuses gregos.

— Eu não sou humano, menina Devereaux. Caso não tenhas reparado, sou um dos amaldiçoados.
— Querido, abre os olhos e olha à tua volta. Todos fomos amaldiçoados, de uma forma ou de outra. Mas ser amaldiçoado está longe de morto. E tu vives como se estivesses morto. (Pág. 54)

O melhor: Valério Maguns!

O menos bom: É revoltante ter que presenciar o modo cruel e injusto como todos os outros tratam o Valério.

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