Casais de La Casa de Papel, Netflix

Poster Casais La Casa de Papel

Que La Casa de Papel foi uma das minhas séries preferidas dos últimos tempos não é surpresa, mas para além de uma série que narra um assalto pensado ao mais pequeno pormenor, La Casa de Papel tem também romance, tendo não um ou dois, mas sim três casais formados no seu enredo, sendo todos esses casais bastante diferentes entre si. Foi neste sentido que decidi criar este post, onde vou falar um pouco sobre cada um desses casais. De fora ficam Berlim e Adriana porque não os considero um casal de jeito nenhum, mas sim um bom exemplo do que é uma relação abusiva.

Antes de continuar com este post quero avisar que este artigo possui os eventuais spoilers, por isso, caso ainda não tenham assistido a esta espetacular série, particularmente à primeira e segunda parte, não continuem com a leitura, vejam antes a minha opinião, livre de spoilers, sobre a série aqui (opinião La Casa de Papel).

E os casais de La Casa de Papel são:



3- Raquel Murillo e Professor

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Álvaro Morte e Itziar Ituño são o Professor e Raquel Murillo.

Raquel Murillo é a inspetora encarregue do caso do assalto à Casa Nacional da Moeda de Espanha. O Professor é a mente por detrás do mesmo assalto. Portanto, eles encontram-se em lados opostos da lei. Como é óbvio a sua história começa por interesse, com o Professor a utilizar Raquel para saber pormenores da investigação e ganhar tempo para que os seus companheiros no interior da Casa Nacional da Moeda possam fabricar o máximo possível de notas de euros. Contudo, à medida que a relação entre ambos vai-se aprofundando, o Professor se verá cada vez mais enredado no seu próprio jogo de manipulação e enganos e Raquel torna-se rapidamente na única falha no seu plano perfeito como o próprio acabará por admitir a ela no final.

Raquel é uma mulher inteligente que ganhou a pulso um cargo de chefia na polícia, um mundo onde predominam os homens, logo a sua astúcia é um factor a ter em conta pelo Professor que usará a fragilidade de Raquel, enquanto uma mulher que acabou de sair de um casamento no qual foi vítima de violência doméstica e que luta na justiça pela custódia da filha pequena, ao mesmo tempo que vê o ex-marido a envolver-se com a sua irmã. Serão portanto a fragilidade e solidão de Raquel os pontos fracos que o Professor irá explorar, mas torna-se clara a imensa atração que Raquel exerce nele desde o primeiro momento.

O Professor, também conhecido por Sergio Marquina é também ele um indivíduo solitário, uma criança doente que passou toda a sua infância em hospitais e cujo pai faleceu durante o decurso de um assalto que tentava realizar para arranjar dinheiro para os tratamentos do filho. Sergio estuda e idealiza este assalto para cumprir o sonho do pai e no meio de tudo isso esquece dos seus próprios sonhos e desejos. Raquel faz com que Sergio abra os olhos para a vida e ambicione também ele um final feliz ao lado da mulher por quem se apaixona.

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Raquel e o Professor vivem um caso de amor que poderá por o assalto em risco.

Confesso que no início torci o nariz a este casal, mas quando finalmente ambos se entregam a este amor eles fazem um casal surpreendentemente fofo e apaixonado. Todavia, quando finalmente Raquel descobre a traição de Sergio, o seu estado psicológico já abalado pelo seu anterior casamento parece entrar num colapso. Foi doloroso assistir ao desnorte da Inspetora Murillo e à calma um pouco fria do Professor. Mas devo admitir que foi importante que pelo menos um deles tivesse mantido a calma ou todo o plano teria ido por água abaixo.

O caso de amor entre Raquel e o Professor torna-se óbvio a partir do início da série e o seu desenrolar revela-se por demais óbvio. Contudo, dou os devidos créditos aos autores da série por terem conseguido fugir ao final trágico que muitas vezes acompanha este tipo de "amor impossível". Apesar disso confesso que este não é o meu casal preferido da série.




2- Toquio e Rio

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Miguel Herrán e Úrsula Corberó são Rio e Toquio.

Toquio e Rio são dois dos assaltantes e iniciam o seu tórrido caso cinco meses antes, quando estudavam o assalto juntamente com os outros assaltantes sob a orientação do Professor. Toquio é quinze anos mais velha que Rio, esse parece ser o principal impedimento em relação ao casal do ponto de vista dos seus colegas de assalto, mas para ambos esse factor não parece importar minimamente.

Toquio é a narradora da série e chama-se Silene Oliveira. Ela é já uma assaltante à mão armada com um extenso currículo. Contudo, o seu último trabalho envolveu a morte do noivo e o consequente assassinato de um polícia da parte dela. Quando se preparava para fugir do país decide ver a mãe pela última vez, todavia, a polícia prepara-lhe uma cilada da qual foi salva pelo Professor que a convida a participar do seu plano. É na mansão em Toledo onde todos se juntam para preparar o assalto que ela conhece o jovem Rio com quem inicia um tórrido romance às escondidas dos outros membros do grupo.


Rio chama-se Aníbal Cortez, é o hacker do grupo e um génio da Informática. Ele é o membro mais jovem dos assaltantes e consequentemente o mais infantil. Ele é também aquele cujo cadastro está um pouco mais limpo e que possui uma família decente, logo ele é considerado o membro mais fraco do grupo e é a ele que a polícia tentará aliciar com um acordo.



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Rio e Toquio protagonizam intensas cenas de sexo ao longo de La Casa de Papel.


Enquanto, Toquio é explosiva e impulsiva, Rio não sendo o seu oposto, funciona como a sua contra parte e a sua ingenuidade própria da idade apela certamente aos instintos protetores de Toquio.

O romance entre Rio e Toquio não foi nenhuma surpresa até porque se iniciou antes do assalto, mas o seu desenvolvimento foi muito interessante, uma vez que havia aqui a considerar vários fatores. Estaria Toquio a tentar substituir o noivo recentemente falecido? Estaria Rio apenas deslumbrado com a mulher mais velha e experiente? Poderia o seu caso de amor ter algum futuro depois do assalto? Quanto a esta última questão acho que só na próxima temporada, já confirmada pela Netflix, poderemos ter a certeza.




1- Mónica e Denver 

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Jaime Lorente e Esther Acebo são Denver e Mónica

Por fim, mas não menos importante, temos o meu casal preferido da série: Mónica e Denver. Denver é um dos assaltantes. Mónica é uma funcionária da Casa Nacional da Moeda que é feita refém durante o assalto. A sua história de amor é das mais inesperadas. Muitos fãs contestam a veracidade deste amor, pois consideram que esta relação se desenvolveu com base na chamada Síndrome de Estocolmo. Da minha parte, eu acredito piamente neste amor. Considero este casal como o mais coeso e aquele que sai mais reforçado de toda esta situação.

No início não gostei do Denver, mas ao longo da série passei a amá-lo e invejar a Mónica. Ele é aquele personagem que por detrás do aspeto de bandido irresponsável tem um coração de ouro e uma personalidade alegre e expansiva, sendo a sua gargalhada inconfundível. Depois há a sua relação única com o pai. Denver foi criado pelo pai, Moscovo, com quem tem uma relação de grande cumplicidade e afeto. É de resto por causa do pai que Denver se tornou num dos membros deste grupo de assaltantes, uma vez que Denver envolveu-se em problemas com um perigoso narcotraficante e com o dinheiro do assalto eles podem começar uma nova vida.

Quando Mónica nos é apresentada pela primeira vez, ela descobre estar grávida do seu amante casado que é também o seu patrão. De resto o amante de Mónica, Arturo é a personagem mais odiada e irritante de toda a série. As atitudes egoístas e idiotas de Arturo são a principal fonte de problemas quer para os assaltantes, quer para a polícia e para os outros reféns ao longo da série. Torna-se claro que Arturo não gosta de Mónica, nem pretende se responsabilizar pelo bebé a caminho. Então a jovem planeia abortar e pede uma pílula abortiva, mas Denver faz-lhe ver que essa não é a melhor opção. Enquanto, muitos criticam a atitude de Denver, do meu ponto de vista ele não a obrigou a nada, ele apenas a fez ver que estava a tomar uma atitude precipitada e que esse bebé podia ser algo de bom na sua vida.

Arturo ilude Mónica que, esperançada quanto ao futuro de ambos, vai buscar um telemóvel que estava escondido num casaco de Arturo, mas é apanhada por Berlim que manda Denver executá-la. Uma vez que o nosso moço não é um assassino, Denver não consegue matar Mónica, dando-lhe antes um tiro na coxa para enganar Berlim e esconde a refém num cofre blindado, onde passa a ter a responsabilidade de cuidar dela. É neste ponto que eles se conhecem um ao outro e em pouco tempo acabam por se envolver. Mas ambos terão que ultrapassar vários obstáculos para ficar juntos, principalmente, o preconceito por parte dos outros assaltantes e dos reféns.

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Mónica e Denver apaixonam-se contra todas as expetativas.


Mónica é nos apresentada como uma mulher com pouca sorte ao amor e que vai acabar por encontrar o amor numa situação completamente inusitada. Ao contrário de Arturo, Denver importa-se realmente com ela e com o seu filho por nascer. Quanto a Denver, tudo o que ele precisava era de uma mulher decente que o amasse e compreendesse.

Mónica e Denver acabam juntos e felizes e espero, sinceramente, que tudo dê certo para os pombinhos, pois se há alguém que merece ser feliz depois de tudo o que passou na Casa Nacional da Moeda de Espanha durante o assalto são eles.

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