Osmosis, Netflix | Opinião Séries

Dados Técnicos:

Título original: Osmosis

Diretores: Pierre Aknine

País: França

Ano: 2019
Género: Ficção Cientifica, Romance
Episódios: 8
Classificação: M/13

Elenco: Agathe Bonitzer, Hugo Becker, Gaël Kamilindi, Manoel Dupont, Stephane Pitti, Luana Silva, Yuming Hey, Philypa Phoenix, Fabien Ducommun, Lena Lapres

IMDb: https://www.imdb.com/title/tt7043380/

Sinopse:

Paris, futuro próximo. Surge no mercado um aplicativo que promete descobrir a sua alma gémea ao acessar dados do seu cérebro. Mas encontrar o amor verdadeiro tem um custo. E pode ser mais alto do que aquele que você imagina.

Opinião:

Osmosis, a nova série francesa da Netflix do género ficção científica, foi anunciada com toda a pompa e circunstância, mas apesar de ter sido agradável de assistir não foi de todo uma experiência por aí além, tendo faltado algo para que esta série se pudesse estabelecer como uma referência dentro do género.

Os primeiros episódios não me cativaram, não fosse eu uma grande fã do género de ficção científica e teria desistido da série sem remorsos. Na verdade, a minha persistência acabou por dar frutos, uma vez que a série melhora com o tempo, apesar nunca chegar ao nível desejado.

Esther e Paul Vanhove são os criadores da aplicação Osmosis.

Esther e Paul são os dois irmãos por detrás da criação de um programa informático chamado Osmosis que permite aos seus usuários encontrar a sua alma gémea através de um microchip implantado no seu cérebro. Todo o projeto é controlado por uma inteligência artificial chamada Martin criada por Esther, o verdadeiro génio informático da dupla, sendo que Paul atua mais como o gestor e relações públicas da empresa.

Os oito episódios da série seguem a fase de testes do programa com 12 participantes, mas os dois irmãos têm que enfrentar imensos obstáculos pelo caminho passando pelo desaparecimento da esposa de Paul, que com ele formou o primeiro casal da Osmosis, pela perda de investidores e por vários problemas envolvendo alguns dos participantes no teste.

Josephine e Paul são o primeiro casal a ser formado pela Osmosis

A história é interessante e coloca questões bem pertinentes acerca o domínio da tecnologia sobre a nossa vida, mesmo naquelas áreas que julgamos ser bem humanas como o amor e as memórias, mas a execução acaba por não ser das melhores.

Esther e Paul são duas personagens extremamente complexas, mas a opção dos roteiristas em priorizar demasiados arcos narrativos ao invés de explorar os seus protagonistas torna a série confusa e pouco cativante. Além disso a monotonia dos cenários também não ajudar a prender a nossa atenção.

Trata-se de uma série com alguma qualidade, mas que não me convence por várias razões. Esther é uma mulher demasiado ambígua que precisava de mais aprofundamento para podermos sentir a devida empatia por ela e algumas atitudes de Paul parecem ter saído do nada.

Lucas e Billie.

Para além de Esther e Paul esta série possui outras personagens cruciais para o desenvolvimento do enredo, sendo curioso o facto de cada uma dela colocar uma questão pertinente relativamente ao tema da tecnologia e inteligência artificial. Vou falar um pouco sobre algumas das personagens mais importantes de Osmosis:

As personagens:

Esther Vanhove (Agathe Bonitzer)

A criadora da Osmosis contrariamente ao que se possa pensar não o fez para descobrir a sua alma gémea ou ajudar outros as descobrir a sua, mas sim para salvar o irmão de uma grave doença neurodegenerativa e acordar a mãe de um coma resultante da mesma doença.
Para acordar a mãe, Esther quebra um número incrivel de principios éticos implementanto memórias da sua infância no cérebro de três participantes do programa, Niels, Ana e Lucas, sem o seu conhecimento e consentimento.
Uma mulher fria que trata os outros com arrogância e distância, Esther é obcecada em sexo virtual e a sua maior relação de intimidade é com a inteligência artifical que criou, Martin que conhece todos os seus segredos.
Tem uma boa relação com o irmão Paul, mas sabendo que ele discorda dos seus planos para salvar a mãe mantêm-o no desconhecimento, enquanto usa a Osmosis como uma fachada para os seus verdadeiros intentos.

Paul Vanhove (Hugo Becker)

Paul é o irmão mais velho de Esther e, assim como a irmã, também ele esconde os seus próprios segredos, principalmente ligados a um grave acontecimento do passado que alterou e marcou a sua vida para sempre. Odeia a mãe que considera a grande responsável pela dificuldade que ele a irmã têm em se relacionar com os outros, mas devota um grande amor e respeito pela irmã a quem protegeu toda a vida.
Sofre de uma grave doença neurodegenerativa de carácter herditário, da qual recuperou milagrosamente devido a Esther ao mesmo tempo em que encontrou Josephine, a sua alma gémea com quem casou entretanto.
Atua como uma espécie de gestor e relações pública da Osmosis, sendo ele que dá a cara pela empresa, acredita que ao ajudar os outros a encontrar o amor fará do mundo um lugar melhor.

Niels Larsen (Manoel Dupont)

O participante mais novo da fase de teste da Osmosis com apenas 16 anos, Niels tem uma grave obsessão por pornografia e mastrubação o que muitas vezes impede que viva a sua própria vida de modo normal. Não consegue falar com mulheres e nunca teve uma namorada.
Niels e a mãe acreditam que este programa irá ajudá-lo a curar as suas obsessões encontrando a sua alma gémea que deverá atuar como a sua grande salvadora, mas os planos de Esther são outros, nomeadamente, utilizar o cérebro de Niels em conjunto com o cérebro de outros dois participantes no teste para implantar uma memória no cérebro da sua própria mãe e assim despertá-la.
Ao longo da temporada, Niels passa por momentos bem complicados, mas acaba por indubitavelmente encontrar a sua alma gémea, Claire e lutar para ficar com ela contra tudo e contra todos. Será ele bem sucedido?

Ana Stern (Luana Silva)

Uma jovem com baixa autoestima devido a ter excesso de peso que perfere ler livros a praticar exercício físico e não acredita que pode encontrar a sua alma gémea, entra para o programa Osmosis para poder provar a sua teoria, mas as coisas acabam por tomar um rumo diferente do que aquele que esperava.
Na verdade, Ana alia-se a uma organização contra a Osmosis e com eles tenta provar que o programa é uma farça com potencial para prejudicar os participantes, mas a coisas tronam-se para lá de confusas para a jovem que vê o seu coração seriamente magoado, não por causa da Osmosis, mas por causa das suas próprias ações autodestrutivas.
Sem o seu conhecimento, Esther usa o seu cérebro para despertar a mãe do coma, fazendo com que ela fique ainda mais confusa ao ter memórias e sensações que não são suas.

Lucas Apert (Stephane Pitti)

Lucas é homossexual e tem um relacionamento estável com Antonio, um bem sucedido chef de cozinha, mas tem dúvidas se Antonio é a sua alma gémea, principalmente devido à sua anterior relação com o instável Romeo.
O programa Osmosis afirma que a alma gémea de Lucas é Romeo e este deixa António para regressar para os braços do antigo amante. Mas a relação de ambos toma contornos meramente carnais, ao mesmo tempo Lucas tem que assistir às constantes traições de Romeo, um homem que não acredita na monogamia.
Billie, responsável pela vigilância dos participantes no programa, acredita que Lucas faz parte de margem de erro do programa e que Romeo não é a sua verdadeira alma gémea. Entretanto, a vida de Lucas torna-se cada vez mais confusa, a que se vem agravar sonhos e memórias desconhecidas até que uma tragédia acontece e ele corre para os braços do seu verdadeiro amor...