O Alvo, David Baldacci | Opinião Livros

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Sinopse:

A conspiração mais perigosa e verosímil do ano
O mundo está sob ameaça de um inimigo poderoso. Existe a possibilidade de o eliminar de uma vez por todas. Mas trata-se de uma missão de alto risco; se for bem-sucedida, o mundo será um lugar melhor. Mas se falhar, estaremos perante um Armagedão.
Um ataque à Coreia do Norte, país que possui armas nucleares, colocaria os Estados Unidos debaixo de fogo e o mundo em risco. A conspiração para eliminar o líder do país está em curso e não há margem para erros. Will Robie e Jessica Reel são os únicos agentes capazes de executar a missão.

Chung-Cha foi criada num campo de trabalhos forçados na Coreia do Norte. Nesse local de terror, não existe honra, sentimentos ou compaixão e a jovem foi treinada desde cedo para matar. É esta assassina fria que é incumbida de aniquilar, a todo o custo, a dupla Robie e Reel.
Numa luta feroz entre o Ocidente e o Oriente, quem é o caçador e quem é a presa quando o verdadeiro alvo é revelado?

Opinião:

Não costumo ler livros deste género, mas achei a sinopse super interessante. A Coreia do Norte é um país que me desperta grande curiosidade, infelizmente pelas piores razões. Já tinha ideia de algumas das péssimas condições de vida dos norte-coreanos apontadas no livro, mas não tinha ideia da gravidade de algumas, nem da paranóia que impõem às pessoas para as poderem controlar. Nota-se que o autor fez um excelente trabalho de pesquisa, para nos trazer parte do modo de vida de um povo fechado sobre si mesmo e com vivências completamente diferentes das nossas.

Este livro traz-nos uma conspiração do governo dos Estados Unidos da América para derrubar o líder supremo da Coreia do Norte, mas o modo como todo o processo é conduzido, com todos os seus imprevistos e alterações, torna o livro muito interessante, não permitindo que a história caia em previsibilidade s que a poderiam ter tornado maçadora.

Ponto número um para iniciar a leitura deste livro: Coreia do Norte. Ponto número um para me manter presa a esta leitura com bastante interesse: Chung-Cha. Uma personagem fascinante, dona de uma ambiguidade muitíssimo consistente e bem desenvolvida. Chung-Cha tinha todas as razões e mais algumas para ser uma grande vilã, uma assassina sem alma. No entanto, ela revela-se mais do que isso, muito mais... De longe a personagem mais forte e bem conseguida do livro, conseguiu, a meu ver, sobrepor-se, em impacto, importância e, principalmente, empatia aos protagonistas, já conhecidos de aventuras anteriores, Will Robie e Jessica Reel. Na minha opinião, Chung-Cha, por tudo o que passou, por tudo o que foi forçada a fazer em nome de um regime violento e opressivo e, apesar disso, ter conseguido manter a sua própria identidade e humanidade, foi a verdadeira heroína do livro.

Só mais tarde me apercebi de que este livro era a continuação de outro, ou outros, com os mesmos protagonistas: Robie e Reel. Talvez por essa razão, não tenha criado uma grande empatia por eles. Não conseguia perceber o que os tornara tão cúmplices, nem qual a exata natureza da sua relação, quando era óbvio que não sabiam absolutamente nada um sobre o outro. Aqui entrou um arco narrativo sobre o passado sombrio de Jessica, onde ficamos a conhecer um grande segredo da agente secreta, mas continuamos sem saber praticamente nada sobre o agente Roobie. Talvez no próximo livro o autor levante o véu sobre o seu passado.

Digo desde já que o final do livro é surpreendente: pode não ser o mais feliz, mas é, provavelmente, aquele que melhor poderia expressar a mensagem que o autor pretende passar aos seus leitores. Fica a questão: É possível ter fé na humanidade, sabendo que não há nada mais humano do que a vontade de sobreviver?

Artigo de opinião da minha autoria publicado originalmente no blogue Segredo dos Livros.


Sobre o autor:

David-Baldacci
David Baldacci
David Baldacci nasceu em 1960, na Virgínia, onde reside atualmente. Exerceu advocacia durante nove anos em Washington, dedicando-se depois à escrita. Do seu currículo faz parte um impressionante número de bestsellers, entrando frequentemente no primeiro lugar da lista dos mais vendidos do New York Times. As suas obras estão traduzidas em mais de 45 idiomas e presentes em cerca de 90 países, sendo Baldacci um dos mais populares escritores em todo o mundo.
Baldacci é também o co-fundador, juntamente com a sua mulher, da Wish You Well Foundation, uma organização não lucrativa dedicada à promoção da literacia nos Estados Unidos.

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