Para Além da Meia-noite, Lara Adrian | Opinião Livros

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Sinopse:

Aos dezoito anos, Corinne Bishop era uma jovem bela e cheia de vida, com uma existência privilegiada como filha adotiva de uma família com dinheiro. O seu mundo mudou no instante em que foi raptada e mantida prisioneira pelo malévolo vampiro Dragos. Despois de muitos anos de cativeiro e tormento, Corinne é salva pela Ordem, um grupo de guerreiros vampiros envolvidos numa guerra contra Dragos e os seus seguidores. Para além de a terem despojado da sua inocência, Corinne perdeu também parte do seu coração… a única coisa que lhe dava esperança durante o seu calvário e a única que lhe interessa agora que é livre.

O guerreiro Hunter é incumbido de proteger Corinne durante o seu regresso a casa. Um dos assassinos mais letais de Dragos, Hunter trabalha agora para a Ordem, e está empenhado em fazer com que Dragos pague pelos seus muitos pecados. Ligado a Corinne pelo seu mútuo desejo, Hunter terá de decidir até onde está disposto a chegar para acabar com o reinado de maldade de Dragos… mesmo que concluir a sua missão signifique despedaçar o terno coração de Corinne.

Opinião:

Ainda não tinha lido nenhum livro desta saga. Por isso, no início da leitura tive algumas dificuldades em assimilar os seus vários conceitos, pelo menos aqueles abordados de forma muito genérica, mas, como estava curiosa sobre a série há já algum tempo, agarrei a oportunidade para conhecer este universo fantástico, criado por Lara Adrian. Como não conheço a famosa Irmandade da Adaga Negra de JR Ward, não tive problema algum com possíveis semelhanças entre as duas séries.

Esta obra lembrou-me o motivo por que adoro a literatura fantástica. É um género que nos faz sonhar com um mundo desconhecido repleto de heróis e vilões, um mundo tão diferente do nosso, mas que poderia estar mesmo ao virar da esquina, oculto nas sombras. Mas são, principalmente, as fragilidades dos heróis que nos fazem criar uma grande empatia por eles. Daí o papel dos vilões ser mais importante, a meu ver, aqui do que noutro género literário. Eles têm de ser fortes e poderosos, para se equiparem, minimamente, aos nossos heróis. Dragos parece ser um grande vilão, mas faltou interação entre este e os membros da Ordem, faltou um conflito entre este e os protagonistas, mesmo que resultasse num previsível impasse, em ambos os casos.

Existem muitas personagens secundárias neste livro que sei terem sido protagonistas de livros anteriores e algumas outras que terão, mais tarde, a sua oportunidade de encontrar o amor. Aqui, temos dois protagonistas com passados difíceis, duas vítimas de Dragos e do seu prazer sádico em manipular e torturar. Corinne Bishop e Hunter são como dois pólos opostos. Ela, delicadeza e suavidade. Ele, força e dureza. Juntos, complementam-se na perfeição. Uma história de amor no meio de uma história de guerra, uma guerra entre vampiros, da qual os humanos ainda desconhecem a existência.

Corinne foi raptada quando tinha apenas dezoito anos e nesse dia a sua vida, tal como a conhecia, acabou para sempre. Destituída de toda e qualquer dignidade, no início desejou ardentemente morrer, mas depois, por uma razão que não posso revelar, só pensou em sobreviver. E, de facto, sobreviveu, até que foi resgatada pela Ordem, possivelmente, no livro anterior da série.

Hunter foi criado como um objecto, resultado de uma experiência desumana. Foi durante quase toda a sua vida um soldado implacável, mas ao mesmo tempo descartável, do exército de Dragos. Foi nos olhos espelhados de uma criança muito especial que viu uma saída, uma esperança. A partir daí, faz parte da Ordem, onde o seu objetivo primordial é a destruição de Dragos e de todos aqueles que cruzem o caminho entre ambos. É também, nos olhos da mesma criança que uma visão entre ele e Corinne irá colocá-lo num dilema tão grande como a própria vida.

Um ponto bastante positivo no livro é, sem dúvida, a sua grande carga de ação e emoções intensas. Temos lutas incríveis, momentos de extrema violência, mas também de infindável carinho, temos ódios desmedidos e paixões arrebatadoras. A luta entre a Ordem e Dragos está ainda muito longe do fim. Só nos resta esperar pelos próximos livros, para saber a sua continuidade. E a mim ler os anteriores, claro! E pelo andar da carruagem, vou levar muito tempo...

Artigo de opinião da minha autoria publicado originalmente no blogue Segredo dos Livros.

Sobre a autora:

Lara-Adrian
Lara Adrian
Em criança, Lara Adrian costumava dormir com os cobertores quase sobre a cabeça, com medo de vir a ser vítima de vampiros. Mais tarde, sob a influência de Bram Stoker e Anne Rice, foi levada a interrogar-se se o seu medo não seria antes outra coisa: um desejo secreto de estar num mundo mais sombrio, de viver um sonho perigoso e sensual com um homem sedutor de poderes sobrenaturais. É essa mistura de medo e desejo que alimenta hoje as fantasias de Laura e a ideia que ela explora na série «Raça da Noite», bestseller do New York Times e vendida em 16 países.
Com as raízes familiares a estenderem-se até aos primeiros colonos chegados a bordo do Mayflower, Lara Adrian vive com o marido no litoral da Nova Inglaterra, rodeada por cemitérios seculares, pelo moderno conforto urbano e pela inspiração infinita do oceano Atlântico.

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