Ad Astra, James Gray | Opinião Filmes

Dados Técnicos:

Título original: Ad Astra
Diretor: James Gray

País: EUA

Ano: 2019
Classificação: M/12

Género: Aventura, Drama, Mistério

Elenco: Brad Pitt, Tommy Lee Jones, Ruth Negga, Donald Sutherland, Kimberly Elise , Loren Dean

IMDb: https://www.imdb.com/title/tt2935510/

Sinopse:

O engenheiro espacial Roy McBride é enviado para o Sistema Solar com uma missão de extrema importância: encontrar o pai, um astronauta desaparecido há 29 anos, durante uma viagem ao planeta Neptuno, de forma a encontrar vida inteligente. Nessa busca, Roy vai deparar-se com um mistério que ameaça toda a Humanidade e a sua sobrevivência na Terra.

Opinião:

Com uma sinopse profética Ad Astra prometia imenso, mas acabou por me enganar completamente e, talvez pela sinopse filosófica e enigmática, fazer com que as minha expectativas fossem demasiado altas, resultando numa desilusão ainda maior. Este filme podia ter seguido vários caminhos, mas acabou por seguir o caminho mais fácil e cliché possível e, apesar das críticas positivas, penso que podia ter sido bem melhor.

Brad Pitt é o protagonista de Ad Astra.

Nem Brad Pitt se safa das minhas críticas a Ad Astra com a sua interpretação competente como sempre, mas pouco inspirada e sem brilho. Um filme sobre uma temática que me é querida, a exploração do espaço pelo homem, que começa com o protagonista a sofrer um grave acidente provocado por um estranho acontecimento que está a afetar o nosso planeta, mas que ele descobre estar relacionado com o desaparecimento do próprio pai à cerca de 29 anos atrás. A partir daí Roy vai empreender uma viagem interplanetária passando pela Lua, por Marte e terminando nos anéis de Neptuno, onde finalmente vai enfrentar o passado que tanto mal lhe tem feito ao longo da vida.

Astronautas na Lua.

Este tipo de filme costuma surpreender as espetadores com grandes reviravoltas, mas em Ad Astra conseguimos adivinhar tudo o que se vai passar logo de início. Depois ainda temos personagens que estão lá pelas razões mais óbvias e que, por essa razão, perdem todo o interesse que podíamos ter por elas. Ad Astra foca essencialmente a viagem de autodescoberta de Roy (Bard Pitt) na sua busca por entender o desaparecimento do pai e das dificuldades de relacionamento com os outros que o trauma da perda do pai provocou nele.

Como ponto positivo destaco a notória evolução do protagonista que deixa de ser uma personagem fria, quase sentimentos, para se tornar numa pessoa quase normal. O rumo que Brad Pitt dá ao seu protagonista é coeso do principio ao fim, mas que ele é um bom ator já todos nós sabíamos, mesmo havendo pessoas que não o apreciam particularmente.

Roy (Bard Pitt) tenta entrar em contato com o pai desaparecido no espaço.

Como ponto mais negativo destaco o pai de Roy, uma personagem interpretada pelo grande ator Tommy Lee Jones, mas sem profundidade para o ator trabalhar. Esta personagem, mencionada interminavelmente ao longo de todo o filme como um herói da exploração do espaço pela Humanidade, não surpreendeu e conseguiu tornar o filme ainda mais maçador quando finalmente surgiu.

A evolução da exploração espacial está muito mais avançada em Ad Astra.

O final do filme foi demasiado cliché e não sei se humanamente possível, mas não quero entrar em pormenores sobre isso para não incorrer em spoilers.

Depois de todas as críticas devem estar a pensar se vale a pena assistir a Ad Astra (caso ainda não o tenham feito) digo que depende, a crítica especializada até teceu boas críticas ao filme e tenho a certeza de que houve muita gente que gostou de Ad Astra. O meu maior problema com o filme foram as expectativas elevadas que fizeram com que o filme não conseguisse lutar contra aquilo que eu esperava dele. Portanto, se gostam de filmes passados no espaço e com um enredo calmo e misterioso (dentro do possível), então arrisquem, porque Ad Astra não é um completo desperdício. Agora se este tipo de tema não é a vossa onda, passem ao lado, há muitos filmes melhores por aí.

O melhor: Não sei... Acho que o realizador se fiou demasiado no fator Brad Pitt.

O menos bom: A falta de ambição dos roteiristas e do realizador.