1917, Sam Mendes | Opinião Filmes

Dados Técnicos:

Título original: 1917

Diretor: Sam Mendes

País: EUA / Reino Unido

Ano: 2019
Classificação: M/14

Género: Drama, Guerra

Elenco: George MacKay, Dean-Charles Chapman, Daniel Mays, Colin Firth, Pip Carter

IMDb: https://www.imdb.com/title/tt8579674/

Sam Mendes, o realizador vencedor de um Óscar de "007: Skyfall", "007 Spectre", "Revolutionary Road" e "Beleza Americana", traz a sua visão singular a este épico sobre a Primeira Guerra Mundial, "1917".

No auge da Primeira Guerra Mundial, dois jovens soldados britânicos, Schofield (George MacKay) e Blake (Dean-Charles Chapman), recebem uma missão aparentemente impossível. Numa corrida contra o tempo, têm de atravessar território inimigo e entregar uma mensagem que impedirá um ataque letal contra centenas de soldados, entre eles o irmão de Blake.

A grande desilusão dos Óscares... E devo dizer que compreendo perfeitamente a razão pela qual este filme, o mais nomeado para os Óscares em 2020, acabou apenas com três estatuetas douradas relacionadas com a sua parte técnica (melhor fotografia, melhor mixagem de som e melhores efeitos visuais) em prol de outras obras menos apelativas visualmente como o consagrado Parasistas. A principal razão é que 1917 é isso mesmo, um espetáculo visual sobre a jornada de dois soldados na Primeira Guerra Mundial, não mais do que isso.

Uma bonita homenagem de Sam Mendes ao avó, 1917 é um bom filme, mas todos sabemos que o mundo está cheio de bons filmes e que isso por si só não é suficiente para conseguir um destaque cimeiro em Hollywood.

Dean-Charles Capman (Blake) e George Mackay (Schofield) são dois soldados com uma missão importantíssima. 

Não vou dizer que não gostei deste filme, pelo contrário: adorei. Agora se esperava algo mais profundo? Provavelmente, e digo isto contra uma multidão de fãs. As salas de cinema encheram-se  de espectadores para assistirem a 1917 e, no cinema, este filme permite-nos uma verdadeira imersão pela Primeira Guerra Mundial.

Dois jovens soldados, Schofield e Blake, partem numa perigosa missão como mensageiros, onde têm que atravessar território hostil, ocupado por forças inimigas, para entregar uma importante mensagem que poderá salvar 1600 vidas, que se dirigem para uma armadilha orquestrada pelo inimigo, entre estas vidas anónimas está o irmão mais velho de Blake. É assim que acabamos por acompanhar uma viagem perigosa com inúmeros percalços pelo caminho, mas também muito força e resiliência por parte dos protagonistas. Schofield e Blake deveriam, no mínimo, ser considerados heróis de guerra, ao invés de apenas nomes que a história teimou em esquecer.

Dois soldados atravessam território hostil.

1917 é um filme poderoso visualmente, que nos conduz por um território em guerra, onde podemos testemunhar a destruição e morte que produz a guerra. Não posso falar muito sobre o filme por causa dos famosos spoilers e até porque acontece algo importantíssimo para o desenrolar da história que é completamente inesperado...

O único ponto negativo que aponto ao filme é o embelezamento de algo feio e sujo como a guerra. No meio da destruição e morte, a beleza da fotografia de 1917 é quase ofensiva e tornar os alemães como carrascos sem rosto não expressa a fealdade da guerra e a morte e sofrimento que esta trouxe a ambos os lados. A guerra não deve ser embelezada como Sam Mendes faz neste filme. Estou a ser injusta? Sei que sim, mas esta é a minha opinião e apesar de ter gostado do filme não posso deixar de pensar nisso.

As trincheiras...

O melhor: A fotografia.

O menos bom: Não tenho nada a apontar como tendo sido particularmente mau.