Eve e as Trevas, Sylvia Day | Opinião Livros

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Amaldiçoada por Deus, perseguida pelos demónios, desejada por Caim e Abel… tudo num só dia.

Num mundo onde os demónios podem estar ao virar da esquina, a poderosa e sensual Eve leva-nos numa aventura vibrante e provocadora, de cortar a respiração e deixar os sentidos em brasa.
Para Evangeline Holis, aquilo que parecia ser apenas uma aventura com um mau rapaz acabou por se transformar num desastre de proporções bíblicas.
Uma noite com o misterioso homem vestido de cabedal foi quanto bastou para a punição divina: a Marca de Caim.

Presa num mundo onde os pecadores são recrutados para matar os demónios, Eve tem pouco tempo para se adaptar. Agnóstica desde sempre, ela vê-se obrigada a uma série de manobras na burocracia celestial onde passa a ser um valioso mas maltratado peão.
Eve passa também a ser mais um ponto de discórdia num dos mais antigos casos de rivalidade familiar da História…
Mas para já, ela está mais preocupada em matar para se manter viva e salvar a alma que nem ela própria sabia ter.


Este é um daqueles livros cuja capa não me convence. No entanto, gostei bastante da sinopse que acabou por me induzir em erro, fazendo com que idealizasse outro tipo de história. Mas o quê? Esperava algo mais original? Não. Personagens mais complexas? Também não. Cenários espectaculares? Muito menos. Esperava apenas algo diferente...

Evangeline Hollis é a típica heroína acidental, uma rapariga fraca e inocente, mas que depressa se revela forte e determinada. Apanhada no meio de dois irmãos que supostamente se odeiam, acaba por se sentir completamente dividida e, ao mesmo tempo, ter uma enorme influência sobre ambos. Adivinha-se uma disputa épica por parte dos irmãos mais famosos da bíblia, Caim e Abel, pelo coração de Eve Hollis.

Achei a história muito cliché. Não aprecio particularmente triângulos amorosos demasiado complicados, ora vai para um lado, ora vai para o outro. Gosto de torcer por um único casal. Neste livro, Eve tendeu mais para o lado de Alec Caim, mas não senti que estivesse muito inclinada para esse lado. No passado, o ângulo de inclinação dela por Alec parecia ser, consideravelmente, maior. Por outro lado, quando aparecia Abel Reed era como se ela se iluminasse, mas não consegui perceber porquê.

Não gostei que a autora tivesse pegado no último capítulo e o enfiado no início do livro, porque, quando comecei a ler, não percebi nada do que se estava a passar e as impressões da protagonista acabaram por me induzir em erro e influenciar o resto da minha leitura. Por exemplo, pensei que ela não gostava do Alec e era forçada a conviver com ele. Assim, não gostei dele desde o início e, mesmo depois de perceber o erro, continuei a não gostar dele.

Toda esta história dos marcados, pessoas que em vida cometeram grandes pecados e, assim, receberam a chamada Marca de Caim, sendo obrigados a trabalhar para Deus, através de um contrato por tempo indeterminado, livrando o mundo dos seres infernais, é bastante original. Eve não era, propriamente, uma grande pecadora, mas, devido ao seu envolvimento acerca de dez anos atrás com Caim, o primeiro dos marcados, é vítima de uma conspiração para manipulá-lo e acaba por ser marcada pelo irmão deste, Abel. A partir daí, a sua vida muda de modo irrevogável, tornando-se caçadora de prémios de uma firma responsável por apanhar seres infernais, comandada por uma personagem muito misteriosa, o arcanjo Gadara.

Não vou dizer que adorei este livro, mas também não vou dizer que o detestei. A premissa parecia boa, considero a bíblia uma excelente fonte de inspiração. Contudo, a dinâmica entre os protagonistas, Eve e Alec, deixou muito a desejar. A relação de Eve e Abel pareceu-me muito mais fresca e interessante, apesar de surgir praticamente do nada, e, tenho a certeza, a autora vai explorá-la muito mais nos próximos volumes.

Artigo de opinião da minha autoria publicado originalmente no site Segredo dos Livros.

Sylvia-Day
Sylvia Day é uma autora norte-americana bestseller que atingiu o 1º lugar do topo de vendas do New York Times e os seus romances já venceram mais de uma dezena de prémios e foram traduzidos para mais de trinta línguas, com dezenas de milhões de livros vendidos. Entre inúmeros prémios, destaca-se a Nomeação para Melhor Autora do Goodreads Choice Award e a sua obra foi considerada pela Amazon como Melhor do Ano na literatura romântica. Os direitos televisivos da série Crossfire foram vendidos à Lionsgate (produtora das séries Twilight e Jogos da Fome), aguardando-se o início da 1ª série com o tema do livro Rendida.

Comentários

  1. Oi, Sónia tudo bem? Que frustrante que o livro não tenha lhe agradado por completo. De todo modo ainda bem que a leitura não foi de todo desapontante. Adorei sua resenha. Beijo!


    https://lucianootacianopensamentosolto.blogspot.com/

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    Respostas
    1. Oi Luciano :)
      Este livro foi uma desilusão, mas à que saber retirar o lado bom das coisas e, apesar disso, a premissa é bastante interessante.
      Obrigada!
      Beijo

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