OS JOGOS DA FOME ACABARAM DE FICAR MAIS VIOLENTOS.
Um thriller intenso de ação e paixão num cenário futurista onde o número de assassinatos é superior à taxa de natalidade.
Meadow Woodson, uma rapariga de 15 anos que foi treinada pelo seu pai para lutar, matar e sobreviver em qualquer situação, reside com a sua família num barco na Florida. O Estado é controlado pelo Complexo Assassino, uma organização que segue e determina a localização de cada cidadão com precisão, provocando o medo e opressão em absoluto.
Mas tudo se complica quando Meadow conhece Zephyr James, que é – embora ele não saiba – um dos assassinos programados do Complexo. Será o seu encontro uma coincidência ou parte de uma apavorante estratégia? E conseguirá Zephyr impedir que Meadow descubra a perigosa verdade sobre a sua família?
Gosto bastante de histórias com esta temática, onde, numa sociedade distópica e futurista, a humanidade tenta sobreviver e erguer-se contra todas as adversidades. O modo como a autora nos demonstra a capacidade de adaptação do ser humano a circunstâncias extremas de fome, dor e perda é notável ao longo de toda a obra.
O desejo de poder e a necessidade de igualar Deus como criador de vida e morte são explorados, juntamente com os efeitos nocivos que tal comportamento acarreta, com originalidade, por uma autora muito jovem e que promete muito com esta série, diferente em muitos aspetos, semelhante noutros, a outras obras do género.
Meadow é uma adolescente de dezasseis anos que, apesar de muito jovem, conhece o pior do ser humano, sendo também ela capaz de matar sem remorsos e com bastante eficácia. Mas, apesar da sua força física, esta jovem possui uma imaturidade e ingenuidade próprias da idade, agravada por uma personalidade que ainda não está bem definida, moldada até então por um pai psicopata e dominador que mantém a filha na ignorância acerca da verdadeira história da família. Meadow idolatra a mãe falecida, para ela um autêntico exemplo de perfeição e bondade e possui um amor incondicional pela irmã mais nova, Peri, uma criança super protegida pelos irmãos mais velhos e que, devido a isso, ainda não aprendeu como a vida pode ser realmente cruel no lugar onde vive.
Zephyr é um jovem órfão de dezassete anos, não tem família, apenas uma grande amiga que trata como irmã, a excêntrica e audaz Talan. Vive num lugar imundo, passa fome e trabalha como escravo, recolhendo os cadáveres mutilados e ensanguentados das ruas. Este jovem é, ele próprio, um dos segredos mais bem guardados do Complexo dos Assassinos, uma das suas primeiras experiências bem sucedidas, uma máquina programada para matar. A sua ignorância acerca desta circunstância não oculta as memórias que o assolam constantemente, dos rostos das pessoas às quais retirou a vida. Zephyr sabe que é um assassino, mas atribui tal situação a algum tipo de loucura temporária que o ataca durante a noite. Este adolescente exprime uma das personalidades mais nobres da história, um jovem com um coração de ouro, capaz de passar fome para ajudar os outros. No entanto, é sucessivamente negligenciado por todos, inclusive por Meadow, a rapariga que ama.
Muitos segredos são revelados neste primeiro volume do Complexo dos Assassinos, a maioria deles diretamente relacionados com Meadow e a sua família disfuncional, mas não posso entrar em detalhes sem estragar a surpresa.
O final da história deixa a garantia de um segundo volume interessante, no qual poderemos, certamente, apreciar o desenvolvimento emocional de Meadow que, provavelmente, ver-se-á forçada a crescer, enquanto ser humano, para poder compreender como salvar o que resta da humanidade, sem se condenar a si mesma e àqueles que ama. Mas até que ponto conhecemos realmente quem amamos? Em quem poderá ela confiar?
Artigo de opinião da minha autoria publicado originalmente no site Segredo dos Livros.
Oi, Sónia tudo bem? Adorei a capa deste livro, muito bonita e atrativa. Presumo uma leitura de tirar o fôlego. Fiquei com vontade de lê-lo. Beijo!
ResponderEliminarhttps://lucianootacianopensamentosolto.blogspot.com/
Oi Luciano :)
EliminarSim, a capa é bonita, mas ela faz-me lembrar a Lara Croft do jogo Tomb Raider.
A leitura é muito interessante, no entanto, confesso que ainda não li os outros livros da série.
Beijo