TOP 7 - Os Maiores Vilões da Literatura

Poster TOP 7 - Maiores vilões da literatura
A literatura está cheia de personagens carismáticas e de bom coração que são capazes de empreender autênticos atos heroicos e altruístas, muitas vezes atuando como salvadores de toda a Humanidade. Mas uma coisa é certa, sem vilões não haveria história. Eles são os antagonistas que estão lá para servir de contra parte ao herói, sem eles tudo seria demasiado fácil e pouco emocionante. Tratam-se de personagens, na maioria das vezes excêntricas e violentas, com objetivos deturpados, fruto das suas experiências de vida ou, apenas, de uma mente doentia. Por vezes, podem ser tão ou mais conhecidos que os heróis dos seus livros, muitas vezes escapando das mãos do seu próprio criador, tornando-se figuras inegáveis da cultura popular.

Este TOP 7 apresenta alguns dos principais vilões que podemos encontrar na literatura mundial e tenho a certeza que, mesmo não tendo lido o livro, todos vocês já ouviram falar da maioria deles.

1- Alex (Laranja Mecânica, Anthony Burgess)

Alex, Laranja Mecânica
Alex é o protagonista e narrador do livro Laranja Mecânica de Anthony Burgess, tentando encaixá-lo na introdução acima podemos dizer que o verdadeiro vilão da história é o governo e a sociedade em geral que criam pessoas violentas e vingativas, mas a meu ver Alex é um vilão.

O protagonista Alex, amante da música clássica e líder de uma gangue de delinquentes é preso e usado numa experiência chamada "Tratamento Ludovico", criado pelo Estado e destinado a refrear os impulsos destrutivos dos delinquentes. Quando volta às ruas regenerado, passa a sofrer com aqueles que antes eram as suas vítimas.

Laranja Mecânica foi escrito usando uma narrativa em primeira pessoa, na perspetiva de um narrador aparentemente tendencioso que nunca justifica as suas ações, dando a sensação de ser pouco sincero. Alex é um narrador antipático que ainda assim evoca a compaixão do leitor, contando sobre o seu sofrimento sem fim, e mais tarde constatando que este ciclo de violência nunca vai acabar.

Alex pratica atos horríveis de violência sem razão, ao que parece, apenas por gostar e pelo poder que isso lhe dá sobre as suas vítimas. De alguma forma, o desrespeito do protagonista para com os outros lhe confere uma vitalidade atraente.

Em Laranja Mecânica, o protagonista passa por provações e aventuras, mas ele não sofre qualquer redenção. Em última análise, esta obra não pergunta o que Alex deve fazer, mas o que nós, como sociedade, devemos fazer com ele.

A meu ver, Alex é um dos vilões mais perigosos desta lista, no sentido em que exibe um grande prazer em infligir dor às suas vítimas, sem qualquer razão que não o seu próprio divertimento pessoal, tudo isto aliado a um carisma e vitalidade pouco comuns.


2- Lord Voldemorte (Harry Potter, J. K. Rowling)

Lord Voldemorte, Harry Potter
Falar da saga de livros Harry Potter sem falar no infame Lord Voldmorte, o principal antagonista da série criada por J. K. Rowling, é praticamente impossível, afinal sem este vilão não teríamos o Harry Potter que conhecemos.

A sua primeira aparição dá-se no primeiro livro do série, Harry Potter e a Pedra Filosofal, publicado em 1997. Voldemorte aparece tanto em pessoa quanto em flashbacks, onde é apresentado como o Lorde das Trevas ou aquele cujo nome não deve ser pronunciado.

Nascido Tom Marvolo Riddle, mais tarde passa a ser conhecido como Lord Voldemort, é um bruxo mestiço considerado o mais poderoso bruxo das trevas de todos os tempos. Filho de Tom Riddle e da bruxa Mérope Gaunt, que morreu pouco após o parto. Tom Riddle pai deixou a sua esposa logo depois que ela ficou grávida de seu filho, tendo sido liberado a partir do encantamento de uma poção do amor com a qual tinham iniciado a sua relação. O seu filho nasceu e cresceu num orfanato, mas eventualmente participou da Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts.

Voldemorte é o arqui-inimigo de Harry Potter, o jovem que, de acordo com a profecia, tem o poder para banir o Mundo Negro. Assim ele tenta assassinar o rapaz, mas em vez disso assassina os seus pais, Lily e James Potter, e deixa Harry com uma cicatriz na testa em forma de raio.


3- Conde Drácula (Drácula de Bam Stroker)

Conde Drácula, Bram Stroker
Drácula é um romance de horror gótico lançado em 1897, escrito pelo autor irlandês Bram Stoker, tendo como personagem central o vampiro Conde Drácula. Tornou-se a mais famosa história de vampiros da literatura.

De acordo com especulações, o autor serviu-se de uma figura real para compor o seu protagonista: Vlad Tepes (Vlad, o Impalador, em romeno), sanguinário príncipe da Valáquia, hoje Romênia, que tinha o hábito de trespassar os prisioneiros de guerra com imensas lanças.

Uma verdadeira obra-prima, Drácula transcendeu gerações, linguagem e cultura para tornar-se um dos romances mais populares alguma vez escritos. É por excelência uma história de suspense e horror, que ostenta um dos personagens mais terríveis que já nasceram na literatura: o Conde Drácula, um espectro trágico e noturno que se alimenta do sangue dos vivos, e cujas paixões diabólicas devastam os inocentes e os desamparados.

Drácula também se destaca como um ser eternamente amaldiçoado, cujas atrocidades noturnas refletem o lado sombrio da era extremamente moralista em que foi originalmente escrito e os desejos corruptos que continuam a atormentar a condição humana moderna, o que o torna uma personagem eternamente atual.


4- Edward Hyde (O Estranho Caso de Dr. Jekll e Mr. Hyde, Robert Louis Stevenson)

Mr. Hyde, Robert Louis Stevenson
O Estranho Caso de Dr. Jekyll e Mr. Hyde é uma novela gótica, com elementos de ficção científica e terror, escrita pelo autor escocês Robert Louis Stevenson e publicada originalmente em 1886. Na narrativa, um advogado londrino chamado Gabriel Utterson investiga estranhas ocorrências entre seu velho amigo, Dr. Henry Jekyll e o malvado Edward Hyde. O livro foi um sucesso imediato e uma das obras mais vendidas de Stevenson.

A clássica história do médico e do monstro é contada com singular simplicidade, mas com habilidade suficiente para que mais de um século depois da sua publicação, continue a ser uma obra de referência, sendo amplamente conhecida por sua representação vívida do fenómeno de múltiplas personalidades.

A história decorre em Londres, durante um passeio, Richard Enfield narra ao advogado Gabriel Utterson, o seu estranho encontro com uma figura sinistra chamada Mr. Hyde. Utterson se preocupa, pois recentemente seu cliente, o respeitável médico Dr. Henry Jekyll, tornou Hyde o beneficiário do seu testamento. Entretanto, acontecimentos estranhos vão se sucedendo, culminando com a reclusão de Jekyll no seu laboratório. O mordomo e Utterson arrombam a porta do laboratório. Lá encontram o corpo de Hyde usando as roupas de Jekyll e uma carta deste explicando todo o mistério.

Na carta, Jekyll explica que, na tentativa de separar seu lado bom dos seus impulsos mais sombrios, descobriu uma poção que o transformava, periodicamente, numa criatura sem quaisquer escrúpulos, Mr. Hyde. No início, Jekyll se deleitava com a liberdade moral que tal ser possuía, mas, com o tempo, perdeu o controle sobre as transformações.

Mr. Hyde é no fundo a representação física de uma personalidade sombria e violenta escondida no subconsciente do Dr. Jekyll. Ele é um antagonista de aspeto tão monstruoso quanto a sua personalidade e que conduz à desgraça de Jekyll, que acaba por perder o controlo aos poucos sobre a sua outra personalidade.


5- Big Brother (1984, George Orwell)


Todos nós conhecemos o Big Brother dos reality shows, mas o original é bem menos simpático que a figura amiga e conselheira criada pela televisão, o Big Brother de 1984 é uma figura austera e controladora que vigia a Humanidade a mando de um regime autoritário e ditatorial.

1984 é um romance distópico da autoria do escritor britânico George Orwell publicado em 1949. O romance é ambientado na "Pista de Pouso Número 1" (anteriormente conhecida como Grã-Bretanha), uma província do superestado da Oceania, num mundo de guerra perpétua, vigilância governamental omnipresente e manipulação pública e histórica. Os habitantes deste superestado são ditados por um regime político totalitário eufemisticamente chamado de "Socialismo Inglês". O superestado está sob o controle da elite privilegiada do Partido Interno, um partido e um governo que persegue o individualismo e a liberdade de expressão.

A tirania é ostensivamente supervisionada pelo Big Brother, o líder do Partido, que goza de um intenso culto de personalidade, mas que talvez sequer exista. O Partido "busca o poder por seu próprio bem. Não está interessado no bem dos outros, está interessado unicamente no poder". 

O protagonista, Winston Smith, é membro do Partido Externo, que trabalha para o Ministério da Verdade, que é responsável pela propaganda e pelo revisionismo histórico. O seu trabalho é reescrever artigos de jornais do passado, de modo que o registo histórico sempre apoie a ideologia do partido. Grande parte do Ministério também destrói ativamente todos os documentos que não foram editados ou revisados; desta forma, não existe nenhuma prova de que o governo esteja mentindo. 

Smith é um trabalhador diligente e habilidoso, mas odeia secretamente o Partido e sonha com a rebelião contra o Big Brother.


6- Lady Macbeth (Macbeth, William Shakespeare)

Lady Macbeth

William Shakespeare criou vários vilões ao longo da sua brilhante carreira de escritor e dramaturgo, mas nenhum foi tão ambicioso e manipulador como Laby Macbeth, uma das personagens femininas mais famosas de Shakespeare. Astuta e ambiciosa, ela é uma das protagonistas da peça, incentivando e ajudando Macbeth a cumprir sua sangrenta jornada para se tornar rei. Sem Lady Macbeth, o personagem titular nunca poderia se aventurar no caminho assassino que leva à queda mútua.

A tragédia Macbeth passa-se na Escócia medieval. Três bruxas, numa tempestade, planejam encontrar Macbeth, após uma batalha. Quando os vitoriosos Macbeth e Banquo atravessam uma charneca, as bruxas aparecem diante deles. Elas se dirigem a Macbeth, primeiro como Thane de Glamis (seu título atual), depois como Thane de Cawdor (o título de um dos rebeldes) e, finalmente, como Rei. Elas também dizem a Banquo que seus descendentes serão reis. As bruxas desaparecem e os nobres se aproximam de Macbeth para lhe dizer que Duncan o nomeou o novo Thane de Cawdor. Macbeth passa a entender o pronunciamento das bruxas como uma profecia. Ele escreve para contar à esposa o que aconteceu. Lady Macbeth reflete sobre a ambição e invoca espíritos sombrios para enchê-la de crueldade, em preparação para ajudar Macbeth a assumir o trono.

Uma das tragédias mais emblemáticas de William Shakespeare, Macbeth trata de temas como o direito divino dos reis, guerra, ambição, culpa e identidade, com uma mulher ambiciosa, Lady Macbteth, a assumir o papel de manipuladora sem escrúpulos que deseja, acima de tudo, se tornar rainha, mas que acaba atormentada pela culpa.


7- Napoleão (A Quinta dos Animais, George Orwell)

Napoleão, A Quinta dos Animais
O porco Napoleão é o principal vilão do segundo clássico da literatura a ser contemplado neste TOP 7 da autoria de George Orwell, A Quinta dos Animais (1945).

O velho Major, o mais respeitado porco da quinta, reúne, durante a noite, todos os animais e conta-lhes um sonho que tivera - a sua morte estava para breve e compreendia, então, o valor da vida. Ele explica aos companheiros que devem a sua miserável existência à tirania dos homens que, preguiçosos e incompetentes, usufruem do trabalho dos animais, vítimas de uma exploração prepotente. O Velho Major incita o grupo à rebelião, para derrotar o inimigo.

Três dias depois, morre o Velho Major. Mas a revolução prossegue, com novos líderes - os porcos Bola de Neve e Napoleão, que criam o Animalismo, como sistema doutrinário, com "Os Sete Mandamentos". Expulsam o dono da quinta e mudam o nome da propriedade para "Quinta dos Animais". Dada a estupidez e a limitação de alguns, que não conseguem decorar os "Mandamentos", Bola de Neve reduziu-os a uma máxima: "Quatro pernas, bom; duas pernas, mau".

O regime do Animalismo começa logo de forma vigorosa, com todos os animais a trabalharem, de forma a fazerem progredir a quinta. Bola de Neve cria uma lista de comissões para conceber programas de desenvolvimento social, educação e formação.

Com o passar do tempo, os porcos tornam-se corruptos pelo poder. Instala-se então uma nova tirania, sob o comando de Napoleão, que passa a impor um novo princípio: "Todos os animais são iguais, mas alguns são mais iguais do que outros".

Numa demonstração do seu sucesso político-social, os porcos convidam, para um jantar, os donos das propriedades vizinhas, a fim de que estes se apercebam da eficiência da "Quinta dos Animais". E são felicitados pelo sucesso do seu regime. Assim Napoleão torna-se um ditador, igual aos homens, anteriores algozes dos animais da quinta.

A Quinta dos Animais é claramente uma sátira ao regime comunista soviético, sendo Napoleão muitas vezes encarado como uma representação de Estaline e das suas ideologias políticas.



Menções honrosas:


Rainha de Copas (Alice no País das Maravilhas, Lewis Carroll)

Rainha de Copas, Alice no País das Maravilhas

A Rainha de Copas é uma personagem do livro Alice no País das Maravilhas, de Lewis Carroll. É descrita como tirânica e temperamental, ordenando frequentemente a decapitação dos seus súbditos.

Ela exige que tudo seja perfeito e se, por alguma razão, algo não decorre de modo que pretende, é certo que irá ordenar a decapitação dos envolvidos.

Apesar da frequência das suas sentenças de morte, poucas pessoas são realmente decapitadas. O Rei de Copas silenciosamente perdoa muitos condenados nas suas costas, e os seus soldados a humorizam e não obedecem às suas ordens. Todavia, todas as criaturas no País das Maravilhas temem a rainha. Nos capítulos finais, ela sentencia Alice, por defender o valete de copas, e oferece uma visão interessante da justiça: sentença antes do veredicto.


Capitão Gancho (Peter Pan, J. M. Barrie)

Capitão Gancho, Peter Pan

Peter Pan é a obra máxima de J. M. Barrie, na qual, o protagonista é o célebre personagem Peter Pan. Foi apresentada como peça em 1904 com o título Peter Pan, ou O Menino Que Não Queria Crescer e depois como romance em 1911.

O Capitão James Hook é uma personagem fictícia e o principal antagonista de Peter Pan. Ele é um pirata e capitão do navio Jolly Roger. Os seus dois principais medos são a vista do seu próprio sangue (supostamente de uma cor não natural) e o crocodilo que o persegue após lhe ter comido a mão cortada por Peter Pan. Um gancho de metal substituiu a mão perdida, o que lhe deu o seu célebre nome de pirata: Capitão Gancho.

Comentários

  1. Oi, Sonia. Como vai? Que lista fabulosa, eu adorei! Destes 7 vilões o único que eu desconheço é o da lista 5. Os demais eu conheço e gosto bastante deles, embora o meu preferido entre eles seja O Conde Drácula de Bram Stroker. Eu sou fascinado por sua obscuridade, e os mistérios escondidos por trás deste personagem é algo fascinante pra mim. O post ficou incrível. Beijo!


    https://lucianootacianopensamentosolto.blogspot.com/

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    1. Oi Luciano :)
      Tem que ler 1984 de George Orwell, é um livro incrível.
      O Conde Drácula é, sem dúvida, umas das personagens mais fascinantes e misteriosas das literatura. Apesar de Bram Stroker não ter sido o primeiro a escrever sobre vampiros, a verdade é que a sua obra tem sido a maior fonte inspiração do género até hoje.
      Obrigada!
      Beijo

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  2. Oi, Sônia!
    Que post divertido! Pra mim os melhores vilões são aqueles que fazem a gente se afeiçoar à eles haha. Eu ODIEI o Napoleão com todas as minhas forças durante a leitura de "A Revolução dos Bichos" E o Grande Irmão, então? AFF! Talvez seja por isso que não terminei 1984 até hoje HAHAHA.
    Eu amo a Rainha de Copas, acho ela icônica. Achei sua seleção bem completinha e tem vários vilões aí que quero muito conhecer.

    Estante Bibliográfica

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    1. Oi Laura!
      Neste post tentei colar os dois tipos de vilões que existem: aqueles que odiamos de coração, como o Napoleão e o Big Brother e aqueles que nos causam fascínio e criar uma certa afeição a eles como, no meu caso, o Conde Drácula e o Capitão Gancho!
      O George Orwell é um mestre no que toca a criar vilões que todos odeiam de coração mesmo.
      Obrigada!
      Beijo

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  3. Oi Sônia, tudo bem?
    Adorei o post e a análise de cada personagem. Curti ler mesmo os personagens que eu não conheço, me causando curiosidade pelos livros.
    Concordo muito com você sobre Napoleão e Alex. Porém, com Alex consegui sentir empatia depois, especialmente no último capítulo. Napoleão só me causa asco mesmo.
    Beijos,

    Priih
    Infinitas Vidas

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    1. Oi Priih :)
      Obrigada! Fico contente que tenha apreciado o meu post.
      Também senti uma certa empatia pelo Alex quando ele se tornou uma vítima, mas depois passou-me… Quanto ao Napoleão nem se fala, que personagem mais odiosa.
      Beijos

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  4. Oie, tudo bem?
    Adorei as escolhas, ótimos vilões!
    Blog Entrelinhas

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  5. Meus favoritos são o Alex de Laranja Mecânica e a rainha de copas
    XOXO
    Iza
    https://meninaforadeserie.blogspot.com/

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    1. Oi Izabela :)
      O Alex também é o meu favorito ou não fosse o nº 1 deste post!
      Beijo

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