John Wick: Capítulo 4 de Chad Stahelski | Análise do filme

John Wick (Keanu Reeves) criou fama no submundo do crime pelas capacidades de surpreender os inimigos e pelos métodos pouco ortodoxos de fazê-los dizer a verdade. Mas após algum tempo na sombra, deparou-se agora com um adversário à altura: Marquis de Gramont, que tem como objetivo eliminá-lo. Com um certo prazer no risco, e com muito pouco a perder, Wick volta a ser a impiedosa máquina de matar que o mundo dos marginais em tempos conheceu. 

Um "thriller" de ação novamente assinado por Chad Stahelski com Reeves a encarnar a personagem principal, o elenco conta ainda com Donnie Yen, Laurence Fishburne, Hiroyuki Sanada, Shamier Anderson, Lance Reddick, Rina Sawayama, Scott Adkins, Bill Skarsgård e Ian McShane.

Ian MacShane, Keanu Reeves, Donnie Yen e Bill Skarsgard (da esquerda para a direita)

John Wick está de volta cada vez mais poderoso e letal, sendo que Keanu Reeves continua a valer milhões e milhões de dólares nas bilheteiras de todo o mundo, independentemente da idade, pois trabalho árduo, dedicação e talento são sempre uma mistura explosiva e Reeves nunca falha, ainda mais sabendo que a ideia para esta série de filmes partiu em conjunto de Keanu Reeves e do realizador Chad Stahelski, que nos seus famosos encontros em Tóquio se juntavam para discutir o futuro da série.

Um trio de respeito.

Tal como os filmes anteriores da série nos habituaram, temos ação imparável e uma banda sonora a condizer. John Wick tem cada vez menos a perder, mas o seu novo adversário, o Marquês de Gramont parece ainda encontrar algo que John tem a perder, no caso, os seus poucos amigos e aliados. Assim vemos todos aqueles com ligações a John Wick a sofrer as consequências do seu apoio.

Com um excelente elenco e cenários incríveis que incluem Osaka (Japão), Nova Iorque (EUA), Paris (França) e muitos outros lugares, o capítulo 4 da saga de vingança de John Wick continua a prender e cativar os espectadores. A minha única dúvida em relação a todas estas viagens é sobre como foram feitas, pois para um ex-assassino com a cabeça a prémio, entrar num avião comercial não deve ser propriamente fácil e onde será que ele arranjou um avião privado, se tal for o caso? Fica aqui a dúvida.

Rina Sawayama, a grande surpresa do filme.

Perseguido pelo implacável Marquês de Gramont, John Wick mal tem tempo para respirar entre exterminar inimigos e sobreviver, a sua única hipótese parece ser desafiar o seu inimigo para um duelo e para reunir as condições para tal ele tem de ser aceite pela sua antiga "família" que tem um assento na High Table e John fará de tudo para ser bem sucedido nos seus intentos. Contudo, ao mesmo tempo, ele é perseguido por outros assassinos que pretendem ganhar os milhões colocados a prémio pela sua cabeça e que não param de aumentar.

Bill Skarsgard é o Marquês de Gramont, o grande vilão deste filme.

Tudo leva a crer que estamos perante o último capítulo da saga, mas a meu ver este filme deixou demasiadas pontas soltas para ser entendido como o desfecho final da história. Talvez estejamos de facto perante o final da história de John Wick, mas o universo que o envolve merece ainda ser devidamente explorado, só há um senão, Keanu Reeves marcou demasiado este universo cinematográfico para ser bruscamente afastado. 

Depois também tive muitas dúvidas em relação ao final em aberto do filme, sobre o qual não posso dar pormenores no caso de alguém ainda não ter assistido ao filme, fiquei com a ideia que os produtores estavam indecisos quanto ao final da saga e decidiram testar o público para o caso de decidirem fazer mais um filme de John Wick.

Um filme repleto de simbolismo e religiosidade.

Enquanto o mundo se regozija com este filme e com razão, não posso deixar de comentar que faltou o fator surpresa que os filmes anteriores me provocaram, talvez esteja realmente na hora de colocar um ponto final na saga do carismático John Wick, afinal todas as grandes histórias tem um início e um final.

O melhor: como não podia deixar de ser o grande Keanu Reeves e as cenas de ação soberbas.

O menos bom: algumas pontas soltas e o final agridoce.