O Protector, Madeline Hunter | Opinião Livros

Capa do livro O Protector de Madeline Hunter
Capa do livro O Protector.


Sinopse:
Anna de Leon é tudo o que Morvan quer. Mas é ela quem comanda no campo de batalha… e está demasiado habituada a dominar para se subjugar à paixão.

Numa terra sem lei, devastada pela guerra e pelas pragas, Morvan Fitzwaryn, um cavaleiro errante, faz jus à sua honra e protege os mais fracos.
Habituado a ser o melhor, o mais forte, o mais temido, não esperava vir a conhecer um guerreiro cujas qualidades de combate rivalizassem com as suas. Quando se encontram pela primeira vez, é Morvan quem precisa desesperadamente de ajuda. De espada na mão e porte altivo, o guerreiro a quem ficará a dever a vida é, surpresa das surpresas, uma mulher!
Em pouco tempo, a imbatível Anna de Leon torna-se no único prémio digno de ser conquistado… e o único que Morvan não consegue arrebatar.

Ela sentiu-se encurralada pela atenção dele. Aquela sensação estimulante voltou a trespassá-la. Ele emanava poder. Um poder forte, voluntarioso e muito masculino. Face a ele, sentiu a sua própria vontade e a sua força retraírem-se, deixando-a vulnerável e exposta. Instintivamente, soube que tinha de sair. Agora.


Livro O Protector de Madeline Hunter

Opinião:

Aprecio romances históricos e também aprecio a autora Madeline Hunter, que figura inclusive no meu Top 7 - Escritoras Favoritas. Assim iniciei a leitura do livro O Protector com alguma expetativa.

Infelizmente, já conhecia Morvan Fitzwaryn do livro anterior desta série, Casamento de Conveniência, e não gostava particularmente dele, porque já no livro anterior ele mostrava uma certa arrogância e superioridade em relação aos outros. Não me havia agradado a forma como ele foi preconceituoso para com o protagonista, David, só porque ele não era um nobre de nascimento e havia ainda a agravante de "sujar as mãos" para ganhar a sua própria fortuna (um pecado imperdoável). Assim já fui de pé atrás para a leitura deste livro e, verdade seja dita, já o havia comprado à muito tempo atrás sem nunca ter olhado para ele, mas como tinha acabado de ler A Origem do Amor ainda estava de "ressaca" com este género literário e pretendia continuar nesta onda romântica, o que depois de ler A Desumanização de Valter Hugo Mãe eu achava que merecia.

A história deste livro desenvolve-se maioritariamente na Bretanha, num tempo muito conturbado dessa região, com inúmeros conflitos e disputas territoriais, uma vez que tanto a França como a Inglaterra lutavam pelo domínio da Bertanha. Além disso tanto a Bertanha como o resto do mundo estavam a ser velozmente assolados pela peste negra, epidemia que dizimou uma parte considerável da população da Europa e da Ásia. Portanto, historicamente este livro não poderia ter sido inserido num contexto mais interessante.

Os protagonistas deste livro possuem ambos caracteres bastante fortes. Anna de Leon é, literalmente, uma mulher guerreira, destinada a um convento, desistiu temporariamente desta "vocação", após a morte do pai e do irmão mais velho a deixar como responsável pelas terras da família e pelos camponeses que nelas viviam. Morvan é um nobre inglês destituído das suas terras pelos escoceses quando ainda era um menino, acolhido pelo Rei Eduardo na corte inglesa tornou-se num dos seus melhores cavaleiros, mas vendo que o rei não poderia cumprir a sua promessa de o ajudar a recuperar as suas terras, deixa a corte inglesa e torna-se mercenário, é assim que vai parar à Bertanha com um punhado de soldados sobre as suas ordens e é nestas terras que irá conhecer Anna de Leon e apaixonar-se à primeira vista.

Do dois protagonistas, Anna é a minha preferida, longe de ter a arrogância de Morvan, ela é uma pessoa extremamente bondosa e inteligente, sempre preocupada com os outros e ajudando todos sem pedir nada em troca, além disso é uma mulher à frente do seu tempo que de algum modo conseguiu se impor num mundo dominado pelos homens, daí que não tenha gostado que Morvan tenha tentado restringir o espírito livre e indomado desta mulher espetacular. Mas, ao contrário de algumas opiniões que li aqui e ali, não concordo que ele tenha nalgum ponto conseguido domá-la, foi óbvio para mim que ela soube fingir submissão quando era necessário reagrupar para reorganizar a sua estratégia.

Como já devem ter percebido não apreciei lá muito o Morvan, mas acho que apesar de tudo ele soube se render e bater em retirada e achei isso louvável para um homem tão arrogante e dominador quanto ele. Sei que a Anna podia ter feito um casamento bem pior, mas desde o início do livro que é impossível não desejar o melhor para ela.

Madeline Hunter não me desaponta com a sua escrita, mas comparando este livro aos anteriores que li dela, posso afirmar não me senti totalmente arrebatada por esta história de amor, provavelmente, devido ao facto de não ter criado uma boa empatia com o protagonista que apesar de completamente apaixonado soube se comportar como um verdadeiro canalha algumas vezes.


O melhor: Anna de Leon, uma protagonista que foge totalmente aos clichés do género.

O menos bom: A personalidade de Morvan Fitzwaryn, um homem demasiado arrogante e cheio de si que até irrita.

Comentários