Engenhos Mortíferos, Christian Rivers | Opinião Filmes

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Dados Técnicos:
Título original: Mortal Engines
Diretor: Christian Rivers
País: EUA, Nova Zelândia
Ano: 2018
Género: Ação, Aventura, Fantasia
Elenco: Hugo Weaving, Hera Hilmar, Robert Sheehan, Jihae, Ronan Raftery, Leila George, Patrick Malahide e Stephen Lang

Sinopse:

Num futuro não muito distante, o planeta Terra foi praticamente destruído devido à denominada Guerra dos Sessenta Minutos. Para escapar aos constantes cataclismos que daí decorreram, as grandes metrópoles foram colocadas sobre rodas gigantes e transformadas em cidades-tracção. Cada uma delas avança pelo planeta de modo a obter recursos naturais que assegurem a sobrevivência dos seus habitantes, mesmo que isso se traduza em saques e conflitos armados. Ao mesmo tempo, a perda de conhecimentos científicos em várias áreas fez a sociedade regredir em termos tecnológicos, culturais e humanitários. É neste contexto de total desesperança que Hester Shaw e Tom Natsworthy decidem enfrentar a injustiça e se transformam nos grandes protagonistas da mudança....
Com argumento de Peter Jackson, Fran Walsh e Philippa Boyens, e realização de Christian Rivers, um filme de aventura que adapta o primeiro de quatro volumes da série de ficção científica criada pelo escritor britânico Philip Reeve.

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Opinião:

Engenhos Mortíferos foi um filme que prometia imenso, mas que acabou de algum modo injustiçado, tornando-se num dos mais recentes fracassos de bilheteira dos últimos tempos, o que pode ter acabado com os planos dos seus criadores para a criação de várias sequelas, ou talvez não, quem sabe...

Esta grande obra de aventura no estilo Steampunk acabou desprezada por muitos espetadores, mas da minha parte não podia ter desfrutado mais desta maravilhosa ode aos cenários Steampunk e bandas sonoras de arromba, como fã deste tipo de obras não pude deixar de me sentir encantada face toda a magia que nos envolve com este filme. Se o livro de Philip Reeve podia ter sido melhor adaptado ao cinema, seguramente que podia ter sido, mas esta adaptação cinematográfica não deixou de ser bastante competente do ponto de vista desta simples fã que não chegou a ler a obra original não tendo assim tão altas expectativas.

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Shrike é a personagem mais assustadora da obra, mas está de algum modo a mais...

Neste filme produzido por Peter Jackson seguimos as aventuras de Hester Shaw e Tom Natsworthy, dois jovens empurrados para um mundo perigoso e que têm que aprender a sobreviver juntos em meio a um mundo destruído em consequência da evolução tecnológica descomunal dos "antigos" que devemos ser nós, o Homem atual. Um obra futuristica e que certamente tenta nos alertar para os perigos da ambição desmedida do homem e a sua teimosia em criar armas cada vez mais perigosas para o futuro dos seus próprios filhos.

Neste mundo futurista, passado já no próximo milénio, o mundo foi destruído na chamada guerra dos sessenta minutos à mais de mil anos. À beira da extinção, a humanidade acabou por fazer aquilo que sempre faz, adaptou-se às suas novas circunstâncias de vida, neste caso criando gigantescas cidades móveis que se deslocam pelo que resta do mundo e lutando com outras cidades móveis para roubar todos os recursos que conseguem encontrar e assim sobreviver, no eterno lema da lei do mais forte.

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A poderosa cidade de Londres persegue cidades mais pequenas para roubar as suas mercadorias.

O único ponto de negativo de Engenhos Mortíferos reside para quem, como eu, esperava assistir a grandes duelos entre cidades igualmente poderosas. Neste filme, a poderosa e ricamente ostensiva cidade de Londres não encontra cidades adversárias à sua altura, sendo quase todo o filme passado nesta cidade. Em compensação, Hester e Tom, os protagonistas fugitivos levam-nos a conhecer os meandros deste mundo fora do casulo que é a cidade móvel de Londres.

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Espero não ser a única a encontrar semelhanças entre as cidades predadoras de Engenhos Mortíferos e o Castelo Andante.

Engenhos Mortíferos acabou por me levar nostalgicamente até Howl's Moving Castle, uma das melhores obras de animação japonesa do mestre Miyazaki dos famosos estúdios Ghibli, pois acho que é impossível não comparar as cidades predadoras deste filme com o famoso Castelo Andante criado por Miyazaki que é quase como uma personagem de carne e osso, mais conhecido que as próprias personagens do filme.

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Hester Shaw (Hera Hilmar) e Valentine (Hugo Weaving) foram as personagens que mais apreciei.

Em relação ao elenco, contrariamente a todas as críticas negativas venho aqui debitar elogios, principalmente a Hera Hilmar no papel da misteriosa Hester e Hugo Weaving, um ator que se especializou no papel de mau da fita, sendo o seu personagem, Valentine, um claro exemplo do seu inegável talento na arte de representar a vilania no grande ecrã.

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O melhor: As cidades predadoras, a banda sonora e o estilo Steampunk.

O menos bom: Um enredo que podia ter sido melhor desenvolvido e algumas cenas clichés que beiravam o ridículo.

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