Quicksand, Netflix | Opinião Séries

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Dados Técnicos:
Título original: Quicksand
Diretores: Per-Olav Sørensen, Lisa Farzaneh
País: Suécia
Ano: 2019
Género: Drama
Episódios: 6 (45 minutos cada)
Classificação: M/16
Elenco: Hanna Ardéhn, Felix Sandman, David Dencik, Ella Rappich, Arvid Sand, Shanti Roney, Maria Sundbom, Suheib Saleh, Reuben Sallmander, William Spetz, Anna Björk, Christopher Wollter, Iris Herngren, Kalled Mustonen


Sinopse:

Após uma tragédia numa escola de um bairro rico no arredores de Estocolmo, uma aluna aparentemente exemplar é acusada de homicídio (Fonte: Netflix).


Opinião:

Quicksand é uma das mais recentes séries liberadas no catálogo da Netflix. Um original Netflix, de origem sueca, esta série foi bastante falada no Instagram, onde foi enaltecida a sua qualidade e atualidade do tema. Assim sendo, tinha obrigatoriamente que assistir, mesmo que no início a língua sueca me tenha causado uma certa estranheza porque acho que não é uma língua suave e melódica como as línguas que derivam do latim (português, espanhol, italiano e até o francês), sendo quase agressiva de ouvir (desculpem-me os suecos...). Mas a história de Quicksand e, sobretudo, o modo como foi construída, aliada à interpretação primorosa de Hanna Ardéhn, a sua protagonista, fazem com que esta série valha a pena.

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Hanna Ardéhn é Maja, a protagonista de Quicksand.

São apenas 6 episódios recheados de uma tensão quase sufocante. O que realmente se passou naquela sala de aula? Qual foi o verdadeiro papel de Maja (Hanna Ardéhn) no massacre do seu professor e colegas? O facto da série manter o mistério relativamente a esse ponto torna-a ainda mais interessante de assistir. Mas, independentemente de tudo, não consegui em momento algum deixar de torcer por Maja, houve uma altura em que já não me interessava se ela era culpada ou não, só queria que ela pudesse sair dali e recomeçar a vida.

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Sebastian e Maja iniciam um relacionamento longe de utópico.

Maja é uma adolescente que tem a sorte de viver num dos bairros mais privilegiados de Estolcomo e estudar num dos melhores colégios da Suécia, para além disso Maja é considerada uma aluna exemplar e responsável, na sua vida surge ou resurge um amigo de infância, Sebastian, por quem ela se apaixona e com quem começa um conturbado romance devido aos graves problemas que este enfrenta agravados pelo consumo excessivo de álcool e drogas. Este relacionamento acabará por a marcar para sempre. O forte sentido de responsabilidade de Maja impedirá que a jovem consiga abandonar o seu  relacionamento com Sebastian que se vai tornando cada vez mais abusivo e violento ao longo do tempo. Outro ponto importante tem a ver com o facto de todos parecerem querer responsabilizar a jovem por Sebastian vendo nela uma espécie de tábua de salvação para os comportamentos auto-destrutivos do namorado. Maja abdica de tudo por Sebastian, do seu futuro, dos seus sentimentos por Samir, negligencia a sua relação com a família e entra em atritos com a sua melhor amiga Amanda, uma das que mais a responsabilizou por Sebastian, mesmo que se tenha arrependido mais tarde, mas  quando já era demasiado tarde para ambas.

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Amanda, Samir e Maja são amigos, mas a chegada de Sebastian vai alterar irremediavelmente a relação entre eles.

O isolamento de Maja é um factor essencial para o rumo da história e para criar toda a sua atmosfera claustrofóbica porque nós acabamos por nos sentir tão isolados quanto ela e apenas conseguimos pequenas pistas sobre o que se está a passar ao mesmo tempo que a protagonista, quanto aos momentos passados que levaram Maja àquela prisão, a própria é a única que sabe a verdadeira história e é portanto a única que nos pode levantar o véu sobre tudo o que se passou antes do momento que a levou à sala de aula juntamente com Sebastian, os outros colegas e o professor.

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Perto do fim, Maja parece navegar à toda, sem rumo.

Quicksand é uma grande série que até pode nos remeter um pouco para Por 13 Razões e Elite, outras grandes séries da Netflix, mas que mesmo assim consegue criar o seu próprio estilo e valer-se por si própria e até se impor em relação a determinados aspetos como a construção das personagens e uma condução mais sóbria da história, nos mostrando uma realidade que muitas vezes escolhemos ignorar, Maja precisava desesperadamente de ajuda, mas sentia-se demasiado culpada pelo estado a que Sebastian havia chegado, mesmo quando todos nós víamos que os problemas de Sebastian começaram muito antes de Maja ter entrado na sua vida. Colocar toda a esperança no futuro de Sebastian nos ombros da jovem foi demasiado para ela.

O melhor: A interpretação equilibrada de Hanna Ardéhn que conseguiu sustentar uma personagem com múltiplas camadas se cair em exageros.

O menos bom: Sebastian é o típico estereótipo de menino rico, mimado e negligenciado pela família... Cheira-me demasiado a cliché...

Comentários

  1. Coloquei este seriado na lista para assistir. Ótima resenha.
    Bjs
    https://eternamente-princesa.blogspot.com/

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    Respostas
    1. Obrigada Luiza.
      Não todos temos os mesmos gostos, mas eu ADOREI! Espero que você também goste.
      Beijinhos :)

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