O Filho Pródigo, Danielle Steel | Opinião Livros

Um regresso a casa e um reencontro de irmãos… Que verdades serão reveladas? No caso dos irmãos gémeos McDowell, o rosto é o mesmo… só a personalidade os separa. Peter trabalha na alta finança, prospera. Michael ficou pela cidade natal e tornou-se um respeitado médico. A relação de ambos sempre foi tensa, e quando Peter regressa à casa dos pais tudo parece mais sereno e amistoso. Ao descobrir os diários da mãe, é obrigado a voltar atrás no tempo e a enfrentar a verdade sobre a sua morte.
Um poderoso e acutilante romance, de complexas e imprevisíveis personalidades, que Danielle Steel orquestra com a sua habitual maestria emotiva. «Neste romance, quis olhar o mal nos olhos, porque existe», diz a autora, e é preciso conhecê-lo para o derrotar.

Chegou a altura de comentar o último livro que li, trata-se, como já perceberam pela capa e pela sinopse, de um dos últimos romances de Danielle Stell a ser lançado: O Filho Pródigo. Enquanto escritora consagrada, Danielle Stell tem milhões de fãs em todo o mundo e já vendeu ainda mais milhões de livros, mas eu não sou propriamente uma fã da senhora... O Filho Pródigo é o segundo livro que tenho a oportunidade de ler dela, o primeiro foi O Resgate e confesso que não morri de amores por nenhum deles, apesar de ter preferido O Resgate, por apresentar uma história mais emocionante com o rapto de uma criança.

Peter McDowell viveu a sua infância e adolescência à sombra do irmão gémeo perfeito, Michael, mas mais do que isso, desde que se lembra que tem sido vítima das manipulações do irmão que sempre fez de tudo para que Peter arcasse com as suas culpas e ficasse mal visto aos olhos dos pais e de todos. Foi por essa razão que Peter saiu de casa para estudar e nunca mais voltou, durante mais de vinte anos ele construiu uma carreira de sucesso na bolsa de investimentos de Nova Iorque, mas acontece que a crise financeira provoca a queda da bolsa e o deixa na falência, ao mesmo tempo descobre a superficialidade do seu próprio casamento, pois a esposa o abandona e volta com os filhos para casa do pai milionário em Los Angles assim que Peter bate no fundo, é então que ele decide voltar à sua terra Natal, mesmo que os pais já tenham falecido à quinze anos atrás e viver durante uns tempos na casa do lago, o único bem que os pais lhe deixaram, pois tudo o resto foi para Michael, o filho perfeito que se tornou médico como o pai e cuidou deles no final da vida, não deixando que lhes faltasse nada.

Como podemos perceber pelo enredo complicado deste livro, temos dois irmãos gémeos que não podiam ser mais diferentes um do outro, de um lado temos Peter, o filho rebelde que se metia constantemente em brigas e tinha sempre más notas, do outro temos Michael, o menino bem comportado com excelentes notas. Peter foge literalmente de casa, vai estudar e apenas na universidade descobre ser disléxico, aprendendo a lutar contra esse obstáculo, torna-se num excelente profissional e consegue enriquecer como nunca sonhou. A razão para raramente ter tornado a ver os pais ao longo dos anos foi a revolta que sentia contra o irmão e pelos pais, por sempre terem tomado o partido do seu filho preferido, Michael. A gota de água foi quando estes deixaram todos os seus bens a Michael, deixando a Peter apenas uma pequena casa no lago, onde passavam férias quando eram crianças.

Michael tornou-se um médico como o pai e casou-se com Maggie, uma mulher que ficou inválida devido a um acidente de esqui quando era muito jovem, e durante vinte anos tem tratado dela de modo diligentemente. Tem dois filhos, Bill, um jovem que se encontra atualmente a estudar em Londres, e Lisa, uma adolescente que venera o pai e sonha ser médica como ele. Considerado um anjo pelos seus pacientes, Michael abandonou uma carreira de médico anestesista em Boston para ficar perto dos pais e cuidar deles no fim das suas vidas. Logo foi natural para todos que tivesse sido ele a herdar os bens dos pais.

Acontece que, por vezes, as coisas não são bem como parecem e Peter vai reencontrar Michael, após mais de vinte anos. Apesar de parecer que os irmãos podem finalmente deixar o passado para trás das costas e ter a relação que no passado não tiveram, o encontro de Peter com Bill, o filho mais velho de Michael, vai levar a descobertas terríveis sobre o passado e o presente de Michael e fazer Peter recordar as suas memórias de infância sobre um prisma mais profundo.

Ler um livro de Danielle Stell é certamente uma boa forma de passar o tempo, não vou negar que a autora sabe contar histórias, mas a meu ver falta sentimento aos seus livros. Tal como tinha notado no livro O Resgate, também aqui posso apontar o estilo quase jornalístico e impessoal como o ponto que mais me desiludiu na obra.

O melhor: A história e as personagens.

O menos bom: O modo como é contada a história e são desenvolvidas as personagens, julgo que o problema seja apenas uma questão de gosto pessoal, pois em geral toda a gente adora Danielle Stell.

Escritora norte-americana, nascida em 1949 em Nova Iorque, autora de bestsellers no seu país e no estrangeiro. Escreve livros sobre dramas da realidade quotidiana, ligados essencialmente ao amor, às relações conturbadas, à traição, à separação e ao sofrimento, mas com o sempre desejado desenlace feliz. Escreveu o seu primeiro livro em 1973, Going Home, mas só em 1978 alcançou a fama com The Promise, que se tornou um bestseller. A partir dessa altura, foi a consagração como uma das grandes escritoras norte-americanas. As suas obras são bestsellers em mais de 45 países. Para além de literatura para adultos, escreveu também livros para crianças. Mãe de nove filhos, interessa-se pelo bem-estar das crianças em geral e está à frente da American Library Association, faz parte do National Committee for Prevention of Child Abuse é porta-voz da American Humane Association (AHA). Mais de vinte obras suas foram adaptadas a séries e filmes televisivos.