Kuragehime (Princess Jellyfish) | Opinião Doramas

 Dados Técnicos:

Título original: Kuragehime

País: Japão

Ano: 2018
Episódios: 10 (45 min cada)

Género: Comédia Romântica

Elenco: Kyôko Yoshine, Kôji Seto, Eriko Tomiyama, Rio Uchida, Rena Matsui, Haruka Kinami, Asuka Kudô, Kin'ya Kitaôji, Jun Kaname, Rika Izumi, Yoshiko Tokoshima
IMDb: https://www.imdb.com/title/tt7604790/

Sinopse:

O sonho de Tsukimi é se tornar uma ilustradora. Ela e as suas colegas de casa, acham que a sociedade é algo onde elas simplesmente não se encaixam, por isso passam o tempo todo juntas nos seus quartos perseguindo seus interesses pessoais e ajudando um misterioso inquilino com a arte de um mangá.

Por causa do tempo que ela passou com sua mãe no aquário enquanto crescia, Tsukimi tem um profundo amor por águas-vivas e espera um dia usar um vestido que evoque essa bela criatura. A mãe de Tsukimi prometeu-lhe quando era pequena que iria fazer um vestido de noiva que se parecesse com uma água-viva, mas entretanto a sua mãe veio a falecer, e Tsukimi lentamente se retrai, com muito medo de se aventurar no mundo exterior.

Um dia, no entanto, sua vida muda de repente quando ela conhece Kuranosuke Koibuchi e o seu irmão, Shu. Será que Tsukimi ainda tem uma chance de se apaixonar, bem como levar uma vida plena e, gradualmente, se permitir sair da sua concha?

Depois de assistir ao anime Kuragehime, no inglês Princess Jellyfish, fiquei super curiosa para saber o desfecho da história de Tsukimi. Uma hipótese seria ler o manga já concluído, mas a minha opção preferida, e aquela que acabei por seguir, foi assistir ao dorama que foi produzido após a conclusão do manga, isto é sete anos após o anime ter sido lançado... De facto quando cheguei ao final do segundo episódio do dorama já se tinha esgotado quase tudo aquilo que foi abordado no anime, o que fez com que valesse a pena assistir aos dez episódios do dorama para saber muito mais da história.

A história, tal como no anime, gira à volta de Tsukimi, uma jovem otaku de águas-vivas que se mudou para Tóquio com o sonho de se tornar ilustradora e cujo caminho se cruza com o de várias personagens únicas e excêntricas, nomeadamente, com as suas colegas de casa, cada uma delas com uma estranha obsessão, e os irmãos Koibuchi que vão irremediavelmente mudar a sua vida, Kuranosuke, um belo cross-dresser alegre e vibrante e Shu, o irmão sério e certinho que trabalha como secretário para o pai de ambos, um importante político do Japão.

Shu, Tsukimi e Kuranosuke (da esquerda para a direita).

Um dorama divertido, tal como o anime, Princess Jellyfish aborda temas bastante complexos de modo simples, mas consegue fazer passar a sua mensagem com mais eficácia do que se tratasse de um drama pesado. Todas as suas personagens conseguem conquistar os espetadores apesar dos seus hábitos estranhos e excentricidades pouco conhecidas, cada uma delas possui as suas próprias razões para se sentir diferente das pessoas ditas "normais" e em consequência criaram a sua própria bolha de segurança e conforto que é aos poucos quebrada por Kuranosuke com os seus modos alegres e expansivos.

Tsukime e Kuranosuke

A relação entre Tsukimi e Kuranosuke era o ponto que mais ambicionava ver desenvolvido em relação ao anime e, nesse ponto em concreto, senti as minha expectativas um pouco desfraldadas, sendo que o dorama acaba por explorar muito mais a relação entre Tsukimi e Shu. Devo dizer que isso me desiludiu, no sentido em que não senti que o Kuranosuke tenha lutado minimamente para ficar com a Tsukimi, quase torci pelo Shu pela inatividade do Kuranosuke em relação a Tsukimi, mas a verdade é que a personagem mais poderosa e carismática do dorama é o Kuranosuke, o que torna impossível não nos sentirmos do lado dele.

Por outro lado, a relação entre Kuranosuke e as residentes de Amamizukan foi muito mais aprofundada em relação ao anime o que foi muito bom, aqui não foram usadas formas mágicas que tornaram aquelas otakus em mulheres perfeitas, houve sim uma evolução lenta e gradual na sua aceitação de si próprias por influência de Kuranosuke que lhes deu um propósito. A luta para manterem Amamizukan não foi mais do que a luta para se manterem juntas e conquistar o direito de serem elas próprias, foi também esta luta que lhes permitiu sair um pouco da sua bolha e olhar para o mundo à sua volta como algo menos assustador.

Grupo de residentes de Amamizukan (Mayaya, Banba, Chieko, Tsukimi e Jiji (da esquerda para a direita).

Tal como de resto se havia verificado no anime, o ponto mais forte de Princess Jellyfish são as suas personagens, havia então a grande responsabilidade de encontrar atores e atrizes competentes que encarnassem a excentricidade das personagens como se fosse algo natural, nesse ponto, o casting do dorama está excelente e por isso merece ser destacado. A maioria dos atores escalados para este dorama teve de encarnar personagens muito diferentes do habitual e fazê-las parecer o mais natural possível dentro daquilo que lhes foi dado, um grande desafio para qualquer ator que se preze.

O melhor: A fidelidade ao enredo do anime.

O menos bom: Gostava que o Kuranosuke tivesse lutado mais pela Tsukimi.

As Personagens: