Réplicas, Jeffrey Nachmanoff | Opinião Filmes

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Dados Técnicos:
Título original: Replicas
Diretor: Jeffrey Nacmanoff
País: EUA
Ano: 2018
Classificação: M/12
Género: Drama, Sci-fi, Thriller
Elenco: Keanu Reeves, Alice Eve, Thomas Middleditch, John Ortiz, Emjay Anthony, Emily Alyn Lind, Aria Lyric Leabu, Nyasha Hatendi, Amber Rivera

Sinopse:

William Foster (Keanu Reeves) é um neurocientista que trabalha em pesquisa biomédica em Porto Rico. Após conseguir transferir com sucesso a consciência de um soldado que morreu para um andróide, recorre ao mesmo método para trazer a sua mulher e os seus três filhos de volta à vida depois de morrerem todos num desastre de viação do qual William foi o único sobrevivente. É algo que vai contra todas as regras e acaba por trazer-lhe inúmeras complicações. Um filme de ficção científica de Jeffrey Nachmanoff, o argumentista de "O Dia Depois de Amanhã".


Opinião:

Qual a linha que separa o homem da máquina? O que nos torna humanos em última instância, o nosso cérebro, a nossa alma? Este tipo de temática tem me fascinado imenso ultimamente, principalmente, as questões ligadas à ética computacional, um tema que constitui o foco principal de uma das minhas primeiras cadeiras de Engenharia Informática. Assim sendo, tenho buscado desenvolver os meus conhecimentos nesta área, foi o caso do livro Tecnologia vs Humanidade de Gerd Leonhard e da minha leitura atual, Os Robôs Querem o seu Emprego de John Pugliano, duas obras de cariz mais técnico que vêm agora contrastar com este filme de ficção científica protagonizado por um ator que aprecio particularmente desde os seus tempos como protagonista do revolucionário Matrix, Keanu Reeves.


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Keanu Reeves é o protagonista deste filme.

William Foster é um neurocientista de renome que se mudou recentemente com a família para trabalhar numa empresa de engenharia biomédica com o objetivo de desenvolver uma pesquisa cujo objetivo é conseguir transferir uma mente humana para um robô. A par das suas dificuldades no trabalho em conseguir uma transferência de mente com sucesso, William tem que lidar com as reticências da esposa Mona, uma cardiologista, em relação às implicações éticas do seu trabalho, nomeadamente, na dor a que submete as suas cobaias, mas ficamos por aqui, mais ninguém no filme parece ter consideração pelos soldados mortos em batalha que são trazidos de volta à vida temporariamente sem fazerem ideia do que lhes aconteceu, até mesmo Mona, esquece-se de todas as questões éticas em volta do trabalho do marido quando é revivida juntamente com os filhos.


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Os experimentos do Dr. Foster não parecem correr bem...

Após o trágico e já anunciado acidente que vitimiza a mulher e os filhos de William, este tem a brilhante ideia de trazer a família de volta à vida, afinal quem não gostaria de ter a oportunidade de o fazer? E William tem à sua disposição tanto os meios como o conhecimento para o fazer num plot twist conveniente para ele e para a empresa para a qual trabalha. William não entra em luto pela perda da família, pelo contrário, ele canaliza a sua dor e culpa numa determinação obsessiva em trazer os seus entres queridos de volta à vida.

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William perde a família num trágico acidente de viação.

Após a morte acidental da família, William urda um plano juntamente com um colega de trabalho, convenientemente especialista em clonagem, para clonar a família e depois disso transferir as suas mentes para os corpos clonados. Também convenientemente, eles conseguem o material que vale milhões para realizar os seus intentos na empresa para a qual trabalham e, convenientemente, ninguém mais parece dar por nada... E acho que isto resume o quanto convenientemente irritante achei o enredo do filme.

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Thomas Middleditch é Edward, o amigo e cúmplice.


Uma história interessante que tinha tudo para originar um grande enredo com questões por demais pertinentes nos tempos que correm dado o grande crescimento e evolução da tecnologia relacionada com a robotização e inteligência artificial, a que aqui acresciam as questões relacionadas com a ética e aquilo que nos torna humanos, mas que contrariamente acaba por originar um dos guiões mais fracos que assisti nos últimos tempos. A sério, muitos filmes originais Netflix conseguem ser bem melhores, pelo menos em termos de diálogos e coerência nas cenas.

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Keanu Reeves é um conceituado neurocientista.

Keanu Reeves dá o seu melhor mas, dado o fraco guião que tem em mãos, está longe de encarnar uma personagem tão carismática quanto John Wick ou outras a que nos habituou ao longo da sua já longa carreira. William é supostamente um génio da neurociência, mas o seu raciocínio deixa muito a desejar, mesmo que esteja à partida fragilizado com a perda da família. A todas as outras personagens cabem papéis demasiado secundários e o modo como concluíram a história, sem dar spoilers, foi pouco plausível e convenhamos surreal. Mas posso ser só eu que esperava muito mais com este filme...


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Um filme que podia ter sido muito melhor...

Depois de todo o discurso acima, devem estar a pensar que não gostei do filme. Errado. Réplicas não é um grande filme de ficção científica como esperava que fosse, mas não deixa de ser entretenimento garantido, daquele tipo que esqueceremos rápidos, mas que nos permite passar bons momentos numa sala de cinema ou confortavelmente sentados no sofá da nossa sala. O truque aqui é não esperar muito.


O melhor: Keanu Reeves, basta a presença dele no ecrã para valer a pena o meu tempo.

O menos bom:  Um dos enredos mais fracos que assisti nos últimos tempos.

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